Sob nova direção, CBF volta a boicotar o Brasileiro em Palmeiras x Galo

Palmeiras e Atlético-MG abriram a rodada como líder e vice-líder do Brasileiro, fazem o principal jogo da 9ª rodada do campeonato, um confronto com ingredientes extras como os elencos recheados e o histórico de 2021. Mas os times terão sete desfalques na partida por conta do calendário, que não paralisa o campeonato para datas Fifa.

O time alviverde é mais prejudicado por não contar com Weverton e Danilo (seleção brasileira), Gustavo Gomez (Paraguai), Atuesta (Colômbia) e Kuscevic (Chile). Perde três de seus principais jogadores. E ainda pior: no último amistoso, o volante Danilo sequer estava no banco da seleção. Por enquanto, foi a Ásia para conhecer hotéis.

Do lado do Galo, não estará no seu lado esquerdo Guilherme Arana. O lateral, pelo menos, teve a chance de ficar no banco diante da Coreia do Sul, embora sem entrar. Ou seja, Tite convocou ambos, não os utilizou no primeiro jogo e desfalcou os times. Godín estará com o Uruguai.

Repete-se com isso a rotina do ano passado em que a CBF dilapidou os times nacionais durante o Brasileiro. Naquele campeonato, o Flamengo foi o mais prejudicado, com alguns jogadores como Gabigol fora por quase metade da Série A. Já neste ano, o rubro-negro não terá Arrascaeta hoje diante do Fortaleza. Palmeiras e Atlético-MG também foram prejudicados na ocasião em número menor de atletas.

A principal culpada é a CBF. Por estatuto, a entidade faz o calendário sozinha e, no máximo, ouve sugestões de clubes. Não há nenhuma assinatura dos clubes no calendário, uma falácia constante propagada até por jornalistas. Para este ano, o Flamengo propôs oficialmente que a entidade parasse o campeonato durante as datas Fifa e foi ignorado. Quem determina o calendário é o departamento de competições da CBF.

Ednaldo Rodrigues foi eleito presidente da CBF neste ano, mas já estava no cargo como interino em parte de 2021. Após assumir, ele trocou a chefia do departamento técnico da entidade, trocando Manuel Flores por Julio Avellar, que veio da Fifa. O novo diretor não foi o responsável pelo calendário, já feito pelo seu antecessor.

Mas até agora Ednaldo não deu nenhuma sinalização robusta de que de fato fará uma mudança no futuro no calendário do futebol brasileiro para evitar esse conflito de jogos entre Brasileiro e seleção. É uma bizarrice que, diga-se, só acontece no Brasil entre as ligas de elite do mundo. E também não fez nada para modificar a superposição de datas para esta temporada de 2022.

No total, o Brasileiro deve ter cinco datas prejudicadas por convocações de seleções. E Tite já deixou claro que não fará nenhuma concessão aos clubes brasileiros em ano de Copa do Mundo como demonstrou ao levar Weverton, Danilo e Arana para a Ásia.

Ao assumir a CBF, Ednaldo fez um discurso de virar a página da CBF e fez uma reforma geral na sua diretoria. Resta saber se a página do calendário do futebol também fará parte dessa reforma ou se viveremos mais jogos decisivos do Brasileiro deixados em segundo plano pela própria entidade organizadora.