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Paulo Sousa é sócio do desastre do Flamengo apesar de culpar o individual
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"Tecnicamente muito errôneo a nível individual", "Todas as decisões individuais foram erradas". "Individualmente foi algo sem precedentes". Essas foram algumas das frases do técnico Paulo Sousa para explicar a derrota do Flamengo para o Fortaleza. Não estava destituído de razão, só mencionou de forma bem menos contundente a quantidade de falhas coletivas cometidas pelo time rubro-negro.
Diante de 60 mil torcedores no Maracanã, foi uma das piores atuações do Flamengo no ano após cinco meses de trabalho do treinador português. As qualidades que já se viram no time de Sousa evaporaram, e os defeitos mostraram-se bem presentes.
Por isso, é contar só metade da história atribuir a derrota do Flamengo só a erros individuais. Houve falhas coletivas graves. Nos minutos finais, Paulo Sousa repetia Washington Rodrigues, o Apolinho, radialista, quando técnico do Flamengo na década de 90. Em um time zoneado, ele balançava os braços mandando o time para frente como último recurso. Parecia bem perdido.
O princípio da partida tinha um Fortaleza organizado como de hábito, apesar da posição na tabela. Marcava a partir do meio-campo para pressionar o dono da bola e sair no contra-ataque. Deu certo por três vezes no primeiro tempo para criar chances claras. Em uma delas, saiu o gol de Robson após falha em passe de Arão.
Arão errava muito, Pablo também dava todos os espaços nas costas. Mas não era só isso. O Fortaleza repetia o que fez o Fluminense. Saia jogando pela direita e girava a bola para o outro lado para pegar o lateral rubro-negro desprotegido. Ou jogava nas costas do zagueiro. Eram movimentos manjados e Paulo Sousa não fez nada para corrigir. Não adianta só admitir que a "transição defensiva" não funciona e não fazer nada.
Após o primeiro tempo desastroso, Sousa até acertou nas trocas ao tirar os piores em campo e botar David Luiz, Vitinho e Thiago Maia - João Gomes era outro que errava tudo. Sim, houve uma melhora no Flamengo, que passou a ter mais controle de bola e correr menos risco.
Dito isso, o time carioca criava quase nada de forma organizada. Era uma série de chuveirinhos na área de fazer lembrar os tempos de Abel Braga ou a seleção do Paraguai. Passou do meio de campo, sofreu falta, mete na área. Nenhum deslocamento inteligente ou movimentação. A marcação pressão, que já foi bem executada com Sousa, eram mal-feita e criava poucas chances.
A fragilidade de Pedro no quesito também não ajudava. O atacante ainda perdeu um pênalti sofrido por ele em jogada isolada. A partida, aliás, serviu para mostrar o abismo entre o atacante reserva e Gabigol. Considerados todos os aspectos do jogo, estão em prateleiras bem diferentes em termos de centroavante.
Da torcida do Flamengo, que tem pegado no pé nos últimos jogos, não se pode reclamar durante o jogo. Gritou, cantou e não foi correspondida por um time pobre de dar dó. O gol final de Hércules, nos descontos, fez justiça ao time mais organizado em campo. Resta ao técnico do Flamengo terceirizar responsabilidades.
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