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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Ferj fecha com empresa para negociar Carioca sem falar com os clubes

Fluminense, campeão carioca em 2022 - ANDRÉ FABIANO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
Fluminense, campeão carioca em 2022 Imagem: ANDRÉ FABIANO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

28/07/2022 04h00

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A Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) fechou com a empresa Brax para negociar os direitos do Campeonato Carioca. O negócio foi feito sem comunicar os grandes clubes do Rio de Janeiro, Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo, que são os detentores dos direitos como mandantes.

Nos últimos dois anos, os direitos do Carioca vinham sendo negociados pela Sportsview. Houve contratos de TV aberta com a Record, que venceu em 2022, e de distribuição de pay-per-view em diversos canais. Clubes reclamaram do baixo nível de receita: atingiu cerca de R$ 40 milhões na atual temporada.

A Ferj entrou em litígio com a Sportsview no início do ano. O presidente da federação, Rubens Lopes, confirmou que cedeu a Brax - empresa que é a junção da Market Sport, Esportecom e Printac, tornou-se a nova responsável pela comercialização dos direitos. Essa companhia é especializada em negociação de direitos de placas, com boa parte dos contratos dos clubes no Brasileiro.

Segundo Rubens Lopes, foram cedidos os direitos pertencentes à Ferj, sem mencionar os clubes. Pela Lei do Mandante, cada time tem os direitos dos seus jogos em casa, isto é, os clubes precisam concordar com a cessão dos seus jogos para serem comercializados.

O blog apurou que os quatro clubes grandes do Rio — Botafogo, Vasco, Fluminense e Flamengo — não sabiam desse movimento. Havia um movimento tímido dos grandes times do Estado para se juntarem e debaterem sobre os direitos do Carioca.

Agora, terá de haver uma conversa com a Ferj para saber como fica a comercialização dos direitos do Estadual. Um dos pontos é negociar os direitos de TV aberta por renovação com a Record ou abrir concorrência - a emissora pagou R$ 15 milhões pela última temporada. Os direitos de PPV estavam sendo negociados de forma pulverizada, seja por operadoras, seja pelas TVs dos clubes.