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Como evoluiu a divisão de dinheiro de TV do Brasileiro no debate da Liga
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Após três meses de debates, os clubes das Séries A e B do Brasileirão ainda tentam alinhavar um acordo sobre a divisão de dinheiro de direitos de TV para viabilizar a Liga. O momento é de aproximação entre os dois grupos de times Libra e a Liga Forte Futebol depois de rusgas. Já houve modificações no formato base de distribuição dos recursos e agora tenta-se alinhar um pacto final entre os dois lados.
A Libra (Liga de Futebol do Brasil) foi criada no início de maio com assinaturas de seis clubes, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Red Bull Bragantino e Flamengo. Já havia um critério definido de divisão de dinheiro, o que contrariou um grupo de times que fundou a Liga Forte Futebol, liderada por Fluminense, Inter e Atlético-MG. Houve alfinetas e ameaças de inviabilizar a Liga.
Recentemente, os dois grupos se reuniram em clima mais amistoso e houve concordância sobre conceitos. A Libra apresentou um critério de divisão de dinheiro já modificado em relação ao inicial. Já a Liga Forte Futebol ficou de apresentar uma proposta para novas alterações. A ideia é caminhar para o modelo final.
E qual o critério atual de divisão do dinheiro? O que ainda pode mudar? O blog ouviu algumas fontes de dirigentes para entender o caso.
Primeiro, o bolo previsto pelo estudo da Libra é de R$ 4 bilhões por ano de receita com o Brasileiro a partir de 2025 até 2030. Esse seria o dinheiro obtido com a venda de todos os direitos sobre o campeonato, mídia, patrocínios, etc. Há duas premissas previstas na divisão do dinheiro atual na Libra: 1) a divisão de dinheiro muda se esse patamar for superado, tornando-se mais igual 2) haverá redução da diferença entre os clubes durante o ciclo.
Pelo critério atual, o dinheiro seria dividido em 40% igual, 30% posições e 30% em engajamento de torcida. Acima de R$ 4 bilhões, o critério passaria a ser de 45% igual, 25% por posições e 30% por engajamento de torcida.
Na prática, nas contas da Libra, o primeiro modelo de divisão levaria a diferença máxima de cinco vezes entre o clube que mais ganha e o que menos ganha. Só que isso ocorreria apenas se o Flamengo fosse campeão no atual formato da Série A em que times de grandes torcidas, como Vasco, Cruzeiro, Grêmio e Bahia, estivessem (e estão) na Série B. Com eles na elite, como é provável, essa diferença já cai bastante e pode chegar a três vezes, segundo membros da Libra. Ou seja, na prática já seria uma divisão com menor discrepância em 2025.
Em documento sobre a divisão de dinheiro, os clubes do Forte Futebol analisaram que a diferença entre o maior para o menor seria de até 5,9 vezes. Só que, depois disso, houve modificações nos critérios.
Atualmente, ambos os grupos concordam que o objetivo deve ser chegar a 3,5 vezes de diferença entre a maior e menor renda de time ao final do ciclo contratual em 2030. Isso aconteceria com o aumento de receitas. Na divisão da Libra, não há um teto estabelecido para um time. Já a Liga Forte Futebol tinha o objetivo de ter um limite de diferença entre os clubes.
Um ponto em discussão é o critério de engajamento de torcida. Dentro da Libra, já foi abandonado o modelo que incluía redes sociais. A Liga Forte Futebol queria a adoção da audiência. Mas a reunião entre os dois grupos mostrou problemas nesse critério já que seria difícil comparar audiências de TV Aberta e Paga, o que poderia favorecer times mais populares que ocupariam a maior plataforma. O tamanho de torcida está entre os critérios.
Outro ponto de diferença entre os grupos é o percentual destinado à Série B. Para a Libra, seriam 15% seguindo o que ocorre na maior parte das Liga. Já a Forte Futebol queria 20%.
Ambos os lados, no entanto, têm discurso de que há mais convergências do que divergências, e que conceitualmente os dois lados pensam parecido. A Libra teve uma reunião na segunda-feira na qual a divisão não foi o assunto central: considera que deve esperar a proposta da Forte Futebol. A depender dessa posição, pode haver um acordo para junção dos grupos e, enfim, formar-se a Liga de fato.
Há pressa porque uma negociação dos direitos do Brasileiro para 2025 teria de ser feita preferencialmente a partir do próximo ano, assim como organizar a exploração de outros ativos.
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