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Vasco prepara cessão de direitos à SAF na CBF e tem debate sobre diretoria
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A assembleia de sócios do Vasco aprovou a venda da SAF para o grupo 777 Partners no domingo. Com isso, vai se iniciar a transferência de direitos do clube — vaga na Série B e contratos de jogadores — para o fundo. Ao mesmo tempo, há um acalorado debate interno sobre a nova diretoria da empresa, especialmente o CEO, Luiz Mello
O acordo aprovado prevê que o 777 Partners assuma o futebol e os direitos sobre a exploração da marca do Vasco por meio da compra de 70% da SAF. Em troca, compromete-se a investir R$ 700 milhões, garantir orçamento entre os cinco maiores do país e pagar a dívida da associação até o valor de R$ 700 milhões.
A expectativa de envolvidos no processo é de que a 777 Partners assuma de vez o futebol do clube em um período entre duas e três semanas, isto é, até o início de setembro. O primeiro passo é a criação efetiva da empresa SAF com uma conta para receber investimentos.
Depois disso, o Vasco tem que fazer um processo de transferência dos seus direitos esportivos e contratos dos jogadores para a SAF. Isso tem que ser feito em um período de alguns dias sem jogo nenhum do clube, seja no profissional ou na divisão de base. Isso porque é necessário um tempo para a burocracia de repassar todos os acordos do clube para uma nova entidade.
A transferência poderá ocorrer graças a uma concessão feita pela CBF. Anteriormente, a entidade informou que clubes só poderiam repassar seus ativos durante o período de paralisação das competições. Mas já tinha permitido que o Cruzeiro e o Botafogo fizessem a mudança dos contratos para a SAF pouco antes do Brasileiro da Série B. Agora, deixará no meio do campeonato. Em comunicado, o executivo da 777, Josh Wander, pediu paciência à torcida.
Além disso, o 777 Partners começa a definir a nova diretoria. Luiz Mello, que era CEO do Vasco, passa a ser CEO da SAF. Já Paulo Bracks, ex-Internacional e América-MG, foi nomeado diretor esportivo.
Um grupo de vice-presidentes do Vasco questiona a nomeação de Mello alegando conflito de interesse. A posição deles é de que o executivo estava atuando pelo time cruzmaltino na negociação das condições do acordo com o 777 Partners. E, por isso, poderia ter defendido posições mais favoráveis ao fundo. Esse grupo de vices quer a saída de Mello, mas quem decide é o fundo norte-americano agora dono da SAF.
Outra parte da diretoria vascaína, no entanto, defende a nomeação de Luiz Mello. A argumentação é de que o questionamento é mais um jogo de poder político comum na associação que sempre ocorreu dentro do Vasco. Segundo essa parte dos dirigentes, a tese do conflito de interesses é absurda porque Mello foi bastante efetivo em negociar pontos do acordo em favor do Vasco, incluindo os royalties a que terá direito à associação.
O conflito entre uma parte dos vices e Luiz Mello é antigo e já ocorreu durante sua gestão como CEO do clube. Houve discussões sobre os vices serem excluídos das negociação do acordo da SAF, assim como de um contrato feito com a Amazon sobre documentário do time "Camisas Negras", formação histórica do clube. Dona da SAF, a 777 Partners não tem que ouvir o clube para escolha de dirigentes a partir do momento da conclusão da venda com a aprovação pelos sócios.
Haverá debate sobre outro cargo. O Vasco SAF será gerido por um Conselho de Administração que determina as diretrizes da SAF para ser tocada pelo CEO e pelo diretor esportivo.
O organismo terá sete vagas, sendo cinco escolhidas pelo 777 Partners e outros dois pelo clube-associação, que detém 30% da empresa. O presidente do Vasco, Jorge Salgado, será dono de uma vaga e a outra será escolhida pelo Conselho Deliberativo. Um dos candidatos é Roberto Duque Estrada.
Do 777 Patners, o diretor de operações Juan Arciniegas e o dirigente de futebol do grupo Don Dransfield tem sido o mais presente nas negociações relacionadas ao Vasco, inclusive da Liga. Haverá ainda colaboração de estrangeiros na gestão do futebol do clube.
Colaborou Bruno Braz
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