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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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CBF estuda usar linha de VAR favorável ao ataque como Premier League

Imagem do VAR em gol do Inter contra o Fluminense, onde é marcado impedimento de Alemão - Reprodução TV
Imagem do VAR em gol do Inter contra o Fluminense, onde é marcado impedimento de Alemão Imagem: Reprodução TV

16/08/2022 15h15

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Com Igor Siqueira

A comissão de arbitragem da CBF estuda adotar as linhas de impedimento do VAR mais grossas que favorecem o ataque como na Premier League. Mas, para isso, vai primeiro saber se a Fifa e a International Board autorizam esse tipo de procedimento. Segundo, vai ouvir clubes e federações para saber se aprovam a mudança para a temporada de 2023.

Na Premier League, foram adotadas linhas mais grossas no árbitro de vídeo para marcar as posições do defensor e do atacante. Assim, quando os dois traços se sobrepõem a posição do jogador ofensivo é considerada legal. O que acaba com impedimentos milimétricos que anulam gols, como tem ocorrido no Brasileiro, e favorece o ataque.

De início, a CBF já procurou os responsáveis pelo VAR da Premier League para entender como funciona o sistema. E já tem informações gerais sobre como são as linhas de árbitro de vídeo por lá.

Na sequência, a comissão de arbitragem da CBF vai consultar a IAFB (International Board) e a Fifa para saber se esse tipo de prática é permitido pelas leis do futebol. Assim, poderia conseguir uma autorização para modificação futura do VAR nacional.

Depois disso, a CBF vai chamar clubes e federações estaduais para ouvi-los sobre uma possível alteração na linha de impedimento do VAR. Ou seja, a entidade só iria em frente se houvesse um apoio ao projeto por parte da comunidade do futebol do país. Essa consulta só poderia, obviamente, ser para o Brasileiro e Copa do Brasil de 2023 já que não se pode mudar orientações em campeonatos em andamento.

A decisão da CBF de estudar as linhas de impedimento da Premier League ocorre em meio a críticas de anulações de gols por lances bastante apertados. Um deles foi o gol do Internacional diante do Fluminense, no final de semana, pelo Brasileiro. O atacante colorado Alemão estava com os pés em seu campo (o que é posição legal), mas parte do seu tronco estava inclinado na frente do campo rival. O VAR anotou impedimento. A decisão foi considerada correta na confederação porque essa é a regra.

Na comissão de arbitragem da CBF, há uma discussão sobre o tema com ponderações dos dois lados. Entende-se que não havia impedimentos milimétricos no passado, antes do VAR. Mas, ao mesmo tempo, há o argumento de que o jogo de futebol fica cada dia mais rápido e vantagens pequenas são mais importantes do que antes.

Outro ponto que será analisado ao final da temporada é o operador do VAR, a Hawk-eye. A empresa fornece serviço para a CBF e para Conmebol, e seu contrato no Brasil acaba no final do ano. Houve falhas no sistema seja na linha de impedimento ou de árbitro de vídeo inoperante em jogos. A entidade deve abrir uma concorrência, mas não necessariamente vai trocar o operador. Isso vai depender da análise de propostas.