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Como Renato, Dorival Jr. desiste do Brasileiro aos poucos
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Com o empate do Palmeiras, o Flamengo tinha a oportunidade de reduzir a diferença para a ponta do Brasileiro para sete pontos. Assim como teve a oportunidade de diminuir em três pontos a distância para o time alviverde no confronto direto no Allianz Parque. Nos dois jogos, o técnico Dorival Jr optou por uma equipe reserva e empatou ambos. E o abismo para a liderança continua a ser de sete pontos.
Em seu discurso, Dorival afirma que não abriu mão de nenhuma das competições, Copa do Brasil, Brasileiro e Libertadores. Isso apesar de ter escalado reservas no campeonato nacional mesmo com uma vantagem de quatro gols na semifinal diante do Velez. Sua alegação é de não há uma situação definida.
O discurso é para inglês ver. É meio óbvio que o Flamengo não precisa de todos seus titulares na semi da Libertadores para garantir a vaga - está só não vai ser selada se houver uma hecatombe. E é meio óbvio que o time reserva rubro-negro não tem capacidade de obter o rendimento de pontos necessário para alcançar o Palmeiras.
Dorival, portanto, fez sim uma opção de deixar em segundo plano o Brasileiro, campeonato mais importante do país, para apostar em Copas. É um procedimento bem parecido com o de Renato à frente do Flamengo em 2021. O discurso era de que tudo era prioridade, mas o campeonato nacional sempre tinha poupados.
A estratégia é igual, mas o time do Flamengo é bem diferente. A equipe titular de Dorival é bem treinada e mudou nas suas mãos em relação à insegurança vista com Paulo Sousa. Mas a formação reserva está longe de ser a segunda melhor do Brasil como se ouviu em análises desconectadas da realidade. Isso foi uma ilusão fruto de goleadas sobre o Atlético-GO e o Athletico-PR.
Na partida diante do Ceará, a formação alternativa teve uma atuação fraquíssima no primeiro tempo. É o segundo jogo ruim deste time, também foi assim contra o Botafogo.
A equipe não marcava pressão, tocava a bola lentamente e deixava o Ceará confortável para se defender e se sair em contra-ataque. Diego e Victor Hugo eram nulos nas aproximações do ataque, Cebolinha era individualista e errava muito, Marinho embolava-se com Gabigol. Em um contra-ataque, a defesa do Flamengo deixou Vina livre para puxar o lance que redundaria no gol de Jô.
Em desvantagem, Dorival Jr colocou suas melhores peças disponíveis no segundo tempo, Pedro, Everton Ribeiro e Vidal. O chileno mudou a partida ao acelerar o jogo com passes verticais em vez da lentidão de Diego. O Flamengo empatou com Gabigol quando já pressionava bastante.
Na defensiva, o Ceará passou a fazer cerca em cada lance, seu goleiro João Ricardo e Mendoza passaram mais tempo deitados do que em pé. O árbitro Paulo Cesar Zanovelli assistia condescendente enquanto a bola não rolava, não tinha jogo. Aliás, o juiz demonstrou inclusive desconhecer a lei da vantagem em três ou quatro contra-ataques rubro-negros parados após falta do Ceará.
O jogo se tornou irritadiço e o árbitro expulsou Jô por uma reclamação acintosa. Protesto, diga-se, justo n seu conteúdo já que o centroavante apontava uma mão de Vidal que o árbitro não marcou e barrou o contra-ataque cearense. Mas a forma da reclamação foi equivocada e gerou um vermelho justo, assim como foi o vermelho a Gabigol depois de seguidos pitis em campo.
Só houve futebol no final da partida. O Flamengo conseguiu pressionar mais no abafa, João Ricardo apareceu muito bem para fazer duas belas defesas em chute de Pedro e cabeçada de David Luiz, além de Cebolinha carimbar a trave.
Já não havia mais tempo. Ficou a impressão nítida de que o Flamengo titular por 90 minutos teria ganho a partida pelo desempenho do segundo tempo. Nem o Vélez poupou no Campeonato Argentino no final de semana após a goleada do meio de semana. Dorival, no entanto, vê o Brasileiro como a últimas das prioridades. Só não admite em discurso.
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