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Plano do Forte Futebol para divisão de TV impacta negociação por Liga
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As conversas entre os dois grupos de clubes, Libra e Forte Futebol, para formar a Liga têm andado há semanas em busca de um consenso na divisão de receitas de TV do Brasileiro. Ainda não há um acordo, e alguns pontos estão travados no debate. Neste contexto, o Forte Futebol decidiu divulgar publicamente sua proposta de distribuição de dinheiro que tem números similares aos da La Liga - essa já foi apresentada à Libra.
A Libra - fundada por Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo e que conta com 14 equipes - tem um modelo de divisão de dinheiro de TV que já evoluiu. Um grupo de clubes não concordou, não aderiu e criou o Forte Futebol - liderado por Fluminense, Inter, Atlético-MG e Fortaleza, e com 25 times.
Foi marcado um evento com os clubes da Liga Forte Futebol em São Paulo, hoje (6). A decisão do Forte Futebol foi divulgar sua proposta de divisão de receita com o objetivo de explicitar o que está sendo discutido internamente entre as partes. Há uma frustração entre alguns clubes do grupo de que as negociações têm andado lentamente.
Isso ocorre em um momento em que há debate sobre determinados pontos para chegar a acordo. É possível que esse movimento cause ruído na negociação entre os dois grupos, segundo envolvidos. Na Libra, há a visão de que o Forte Futebol tem membros com interesses convergentes, e outros que talvez não tenham tanto interesse na Liga.
Está marcada uma reunião técnica entre as partes para a tarde desta terça-feira para tentar avançar em um consenso de distribuição de receita. Os principais pontos de divergência são: 1) relação entre clube que mais ganha e o que menos ganha, e as contas para chegar a esse número. 2) período de transição até o número final. 3) manutenção dos ganhos atuais por clubes que têm garantias de pay-per-view.
A proposta do Forte Futebol é de que se chegue a uma divisão em que a relação máxima entre o clube que mais ganha e o que menos ganha é de 3,5 vezes. Para isso, sua previsão é de uma divisão com 45% da receita dividida igual, 30% por performance esportiva e 25% por engajamento de torcida. Dentro desses critérios, o engajamento seria medido apenas por audiência.
Do lado da Libra, atualmente, as contas são de uma proporção entre 4 e 5 vezes entre o time que mais ganha e o que menos ganha. Mas contas apresentadas pela Libra mais recentes são de que esse número poderia cair a 3,9 vezes após novas modificações. O objetivo no final do ciclo é, sim, chegar a 3,5 vezes na relação entre o clube que mais ganha e o que menos ganha.
A divisão seria de 40% igualitária, 30% performance e 30% engajamento de torcida. Esse percentual passaria para 45% igualitária e 25% de performance quando os valores obtidos pela Liga ultrapassarem R$ 4 bilhões.
Outra questão é o período de transição até se chegar ao modelo final. Para o Forte Futebol, isso deveria ocorrer da forma mais célere possível, chegou a botar a data de 2025, primeiro ano de contrato da nova Liga. A ver qual a data será exposta no plano desta terça-feira.
Já a Libra tem a previsão de garantia dos clubes de manter todos os ganhos atuais, inclusive as garantias mínimas de pay-per-view de Flamengo e Corinthians atuais. Só haverá divisão diferente a partir desse mínimo atingido.
Isso é aceito em parte pelo Forte Futebol. Há a intenção de discutir se haverá manutenção integral ou em parte dos ganhos atuais. E também é discutido como será calculado o ganho atual, se incluindo ou não desempenho esportivo atual. Mas dificilmente Flamengo e Corinthians aceitarão uma redução dos seus ganhos atuais, ou seja, se isso for colocado como condição, pode inviabilizar a Liga.
O tom das declarações dos dirigentes do Forte Futebol nesta terça-feira será relevante para a sequência das negociações. Há quem admita que, se houver beligerância, pode afetar o futuro das conversas sobre a Liga.
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