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Dividida, Liga pelo Brasileiro pode ter acordos separados com investidores
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A Liga Forte Futebol - grupo de 25 clubes das Séries A e B - anunciou que terá a XP como representante para negociação com investidores para possível venda de parte dos seus direitos no Brasileiro. A Libra - com 14 clubes - já é representada pelo BTG em conversas com fundos para receber investimento. Na prática, os dois lados veem como provável uma negociação separada para esse investimento em uma possível Liga - na realidade, se a negociação dos direitos de TV também for separada, não haverá Liga de fato.
O projeto da Liga tinha como um dos objetivos criar um produto único no Brasileiro. Há conversas nesse sentido entre o Forte Futebol e a Libra para tentar chegar a um consenso sobre a divisão de dinheiro de televisão das Séries A e B para 2025. Só que há impasses em diversos pontos nos critérios: 1) relação entre clube que mais ganha e o que menos ganha, e as contas para chegar a esse número. 2) período de transição até o número final. 3) manutenção dos ganhos atuais por clubes que têm garantias de pay-per-view.
A Liga Forte Futebol ficou incomodada porque a Libra já conversava com investidores sobre a venda de uma fatia da organização sem sua participação. Por isso, procurou a XP para se juntar aos seus outros consultores da Live Mode e Alvarez & Marsal. Foi anunciado, nesta terça-feira, que o banco de investimento passa a atuar como representante para venda dos direitos do pacote de clubes da Liga Forte Futebol dentro do Brasileiro. Também foi apresentada a proposta de divisão de receita com máximo de diferente de 3,5 por um entre os clubes.
A organização conta com 25 clubes, com liderança de Fluminense, Inter e Atlético-MG. Já está na mesa a possibilidade de a XP atuar separadamente negociando os direitos desses times junto a investidores, sem conexão com a Libra. Isso ocorrerá se não houver um acordo para negócio em conjunto.
Já a Libra (Liga de Clubes Brasileiros) tem os direitos concentrados de Flamengo, Vasco, Botafogo, todos os times paulistas, Grêmio e Cruzeiro. O BTG e a empresa Codajas, que organiza a Libra, já vinham conversando com fundos internacionais sobre investimento na Liga. No ano passado, a empresa chegou a firmar um acordo com o Advent, que incluia todos os clubes. Agora, falam com vários fundos internacionais para possível investimento.
Dentro da Libra, há a opinião de que seria possível cada grupo negociar sua fatia na Liga. Para isso, o investidor teria de avaliar qual o tamanho dos direitos pertencentes a cada grupo, baseado no histórico de cada clube e seu valor comercial. Assim, cada um ganharia de acordo com sua importância para a futura Liga. Isso, obviamente, vai gerar mais uma discussão comercial de fatia de cada clube.
Essa lógica valeria, em princípio, para a negociação de investimento na Liga, isto é, da compra de uma fatia delas. Não seria aplicado teoricamente para a comercialização em si dos direitos de TV e de patrocínio do Brasileiro. Ainda se busca um acordo entre as duas partes para se vender os direitos centralizados, houve reunião nesta terça-feira. Não houve evolução nas conversas e no impasse.
Mas a realidade é que os dois grupos, Forte Futebol e Libra, já têm planos alternativos para negociação em bloco só dos direitos de seus atuais clubes. Com a Lei do Mandante, é possível que existam dois blocos com os seus direitos. Forte Futebol já até calculou o número de pacote de jogos que teria para ser comercializado. A Libra teria outro pacote com times de maior peso de torcida.
Isso significativa que, na prática, o Brasil não teria uma Liga de fato. O que passaria a ocorrer seriam negociações de dois blocos pelos direitos do Brasileiro. Ambos os grupos reconhecem que isso vai representar uma perda de valor e econômica para o produto do Brasileiro.
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