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Aperto na Champions revela um Barça com gestão à brasileira
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Com o empate diante da Inter de Milão, o Barcelona está prestes a ser eliminado pela segunda vez seguida na fase de grupos da Champions. Para isso, basta que o time italiano vença o Viktoria Plzen na próxima rodada. A queda será um desastre financeiro por conta da gestão à brasileira que foi implantada no Barcelona. Neste domingo, o time barcelonista enfrenta o maior rival Real Madrid.
O atual presidente, Joan Laporta, pegou o clube em frangalhos com uma dívida que superava 1 bilhão de euros. Era resultado de uma gestão antes desastrosa de contratações milionárias e ineficientes, negócios inexplicáveis e uma série de rombos financeiros.
Nesta situação, Laporta começou a arrumar a casa com a renegociação de débitos e uma certa limpa no elenco, com a saída até de Messi. Mas, para a temporada atual, o dirigente apostou em uma fórmula conhecida no Brasil: investir mais pesado na aposta de gerar renda e se recuperar sem ter de abrir mão de resultados em campo.
Tentemos entender ponto a ponto a fórmula com números levantados pelo site "The Athletic" em matéria extensa sobre reunião do Barcelona para aprovar os planos de Laporta.
Adiantamentos de dinheiro
Assim como ocorre no Brasil, o Barcelona passou a vender seus ativos futuros para investir no presente. Em uma operação complexa, negociou com o fundo Sixth Street os direitos sobre 10% de suas rendas de televisão na La Liga. Há ainda um aval para negociar a Barça TV e quase metade dos direitos de licenciamento.
Com isso, o Barcelona vai apresentar superávit nos dois próximos anos. Mas isso só ocorrerá por conta dos adiamentos. A expectativa é de que o clube tenha 600 milhões em alavancagem - venda de direitos futuros. Sem isso, o vice de finanças Eduard Romeu, diz que o clube teria 100 milhões de euros de prejuízo na atual temporada, e 200 milhões no ano seguinte.
Inchaço de gastos e contratações
Para a temporada, o Barcelona contratou Lewandovski e Raphinha, entre outros jogadores. Houve um aumento de gasto de 27% em salários e amortizações de transferências, atingindo mais de 600 milhões de euros por ano.
O clube gasta mais do que pode e não consegue aliviar a folha dos jogadores mais caros e já em queda de rendimento. São os casos de Busquets, Piqué e Jordi Alba. Outros atletas caros são Ter Stegen e De Jong. O único que saiu com venda foi Griezman.
Metas esportivas arrojadas
Para o plano de círculo virtuoso dar certo, o Barcelona tem que obter resultados esportivos bons e imediatos. Para a temporada, o clube estabeleceu como meta chegar até as quartas-de-final da Champions e ser campeão da La Liga. A eliminação no ano passado implicou em uma prejuízo de 12 milhões de euros. É possível que esse valor seja ainda maior neste ano.
No final, é um plano bem parecido com alguns clubes brasileiros. Adianta-se valores futuros, contrata-se jogadores que não se pode pagar e aposta-se em vitórias para poder pagar a conta.
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