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Árbitro ajuda Vitor Pereira a enterrar Flamengo em vexame no Mundial
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O Al Hilal deu um olé no Flamengo no segundo tempo ao dominar a bola por dez minutos com poucas interrupções enquanto a arquibancada saudita cantava. Atônito, o time rubro-negro corria atrás dos sauditas sem mostrar competitividade na marcação. As cenas eram o resultado de um processo que começou em dezembro.
No meio de dezembro, a diretoria do Flamengo já tinha um novo técnico, Vitor Pereira, e sabia que o Mundial seria realizado no início de fevereiro. Prolongou férias para além do Natal. O treinador iria pegar o time completo lá pelo meio de janeiro.
A real é que o Flamengo chegou ao Mundial do Marrocos bem abaixo do seu pontencial, fisicamente e taticamente, tentando se adaptar ao novo sistema do treinador português. A lição do Palmeiras, de dois anos seguidos de Mundial, não foi aprendida. Em um ano, o alviverde fracassou. No outro, preparou-se e fez campanha digna.
Mas havia jogo. O time do Al Hilal, que tem muito bons jogadores, sofreu com um jogo duro nas quartas-de-final, estava desgastado, era bem aberto. E, tecnicamente, era inferior ao Flamengo, ainda que tenha atletas de nível internacional como Vietto (antes reserva), Marenga, Salem, Cuellar, etc.
Dá para atribuir mais ao nervosismo rubro-negro o gol saudita logo de cara, com erro de Matheuzinho, duas vezes, até sair o pênalti para Salem. A partir daí, segurando os nervos, o Flamengo foi superior, tomou o jogo nas mãos e fez o gol com Pedro, em ótima trama iniciada por Arrascaeta com assistência de Matheuzinho. Era um sinal positivo.
Havia, no entanto, uma pedra no meio do caminho e era o árbitro Istvan Kovacs. Desde o início, ele pesou os cartões amarelos para o lado rubro-negro e aliviou para os sauditas. Foram quatro no primeiro tempo para o time carioca, sendo que dois bem forçados para Gerson e Gabigol, por simulação e por reclamação. Os sauditas faziam falta para parar ataques e nada.
O ápice foi expulsar Gerson quase no último lance do primeiro tempo. Vietto tromba com David Luiz e Gerson pega com a sola da chuteira de seu tornozelo. O VAR chamou e ele decidiu-se pelo pênalti, que é meio lá meio cá, nem é um absurdo marcar, nem ignorar. A intensidade não fica clara. Dito isso, a expulsão é de um exagero abissal, uma possível simulação e um pisão de leve, e Kovacs provoca um 11x10. Bizarro.
Aí seria preciso que Vitor Pereira tirasse coelhos da cartola, mas parece que ele não os tem. Sua decisão foi substituir Arrascaeta e Léo Pereira (sentindo) por Pulgar e Fabrício Bruno. A ideia era criar uma base defensiva e liberar o trio Everton, Pedro e Gabigol. O chileno entrou mal que nem pica-pau: errou todas as saídas de bolas e foi entregando lances seguidos.
Se com onze se valia de seus talentos, o Flamengo não mostrou um mínimo de organização com dez jogadores, um desastre. Não tinha linha defensiva, não tinha articulação, era só voluntarismo.
Aí se deram as cenas do olé. Vitor Pereira não tinha a menor ideia do que fazer. Tirou seu último armador Everton Ribeiro para empilhar o pálido Cebolinha. Resultado: ficou ao lado do campo desesperado pedindo que fosse para cima do drible. Era esse o nível de desespero. Detalhe: Cebolinha se limitava a toques laterais como quem passa a outro o momento decisivo, uma tônica sua no Flamengo.
Do outro lado, quase de imediato, saiu o gol de Vietto, em um contra-ataque. Até demorou. Belo gol, por sim, bola no ângulo após jogada pela esquerda.
Em um Flamengo perdido, saiu um gol em uma bola meio perdida batida por Gabigol para Pedro completar no rebote. Fora os dois, boa atuação de Ayrton Lucas, que salvou alguns lances e foi bem à frente. De resto, um time absolutamente sem noção do que estava fazendo no Marrocos, nem com a importância da competição para o clube.
Um fantasma que o árbitro Kovacs se encarregou de enterrar com um acréscimo de sete minutos após horas de cera e um David Luiz caído na área. Ao final, a arbitragem deu oito cartões amarelos para o Flamengo (incluindo o duplo para Gerson) e três para o Al Hilal. O número de faltas (15) foi igual dos dois times.
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