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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Clubes se irritam e lutam contra restrição da CBF a patrocínios em estádios

Allianz Parque Palmeiras - Divulgação/Palmeiras
Allianz Parque Palmeiras Imagem: Divulgação/Palmeiras

Colunista do UOL

01/03/2023 04h00

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O novo regulamento geral da competição da CBF estabeleceu limitações para a exibição de patrocínios nos estádios no Brasileiro e na Copa do Brasil, com exceção das placas. A medida deixou contrariada a maior parte dos clubes da Série A que têm receitas com as arenas. Há a promessa de lutar contra a nova regra.

O modelo adotado pela CBF em suas novas regras segue o exemplo de grandes campeonatos internacionais como Libertadores e Copa do Mundo. Nestes casos, os estádios têm de estar limpos de marcas para a chegada da roupagem da competição.

Foram determinados três pontos no regulamento de 2023 da CBF:

1) são autorizadas ações de marketing no campo do jogo até 1h30 antes da competição e em intervalos

2) Não é possível exibir marcas em cadeiras e arquibancadas

3) as empresas oficiais têm regras para as montagens de suas estruturas em volta do campo. As placas em volta do campo, vendidas pelos clubes para agências, continuam a ser permitidas.

Os clubes, no entanto, fazem vendas de outros espaços, em faixas superiores de arquibancadas, em camarotes, em entradas de túneis. Há ainda os casos de naming rights, como Allianz Parque e Neo Química. Pelo que o blog apurou, a exibição de empresas com direitos de nomes de estádios não seria afetada.

A medida da CBF causou uma irritação geral na maior parte dos clubes da Série A. O assunto foi discutido durante a reunião da Libra (Liga dos Clubes do Brasil), onde há 11 times da Primeira Divisão, e houve ampla rejeição. Entre as críticas, aponta-se que a CBF tomou a medida sem diálogo, que não é dona da competição e somente uma organizadora. Os clubes é que são os donos das propriedades.

Outra reclamação é de que os clubes têm contratos já assinados relacionados a suas propriedades nos estádios e não poderiam descumpri-los. A medida chegou a ser chamada de "jabuticaba" por só existir no Brasil.

A diretoria do Flamengo ficou bastante contrariada porque entende que esses direitos comerciais pertencem aos clubes. Na visão do clube, a CBF não é dona desses direitos. No caso do Palmeiras, o clube tem contratos vigentes de patrocínios em outros setores do estádio e isso afeta os direitos adquiridos. Portanto, ficou também incomodado com a medida.

Pelo tom da reunião, os clubes vão lutar na CBF para reverter a decisão do regulamento geral de competição. A confederação ainda não tem uma posição sobre o assunto.

Ressalte-se que não há impacto na publicidade em placas publicitárias em volta do campo. Neste caso, as placas são comercializadas pela empresa Brax, no caso da Copa do Brasil e de parte da Série A. Já Flamengo, Palmeiras e Corinthians têm acordos separados para os estádios ondem mandam jogos.