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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Com Leila, Palmeiras equilibra vendas e contratações, e controla dívida

Endrick, do Palmeiras, em treino preparatório para a final do Paulistão -  Cesar Greco/Palmeiras/by Canon
Endrick, do Palmeiras, em treino preparatório para a final do Paulistão Imagem: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Colunista do UOL

31/03/2023 04h00

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O primeiro ano de gestão de Leila Pereira no Palmeiras foi marcado por equilibrar os gastos com contratações com a arrecadação com venda de jogadores. Com isso, o clube manteve sua dívida líquida controlada, assim como as despesas com o futebol.

O Palmeiras teve uma arrecadação bruta de R$ 856 milhões em 2022, com superávit de R$ 18 milhões. Houve uma queda de mais de R$ 100 milhões em relação ao ano anterior, o que se explica pelo acúmulo de dois prêmios de campeão da Libertadores em 2021. De resto, cresceram receitas de sócios, bilheteria e vendas de jogadores.

Com as despesas equilibradas, o Palmeiras precisava balancear o dinheiro que tem a receber e a pagar com transferências. Ao final de 2021, havia uma distância entre esses dois números de R$ 133 milhões, isto é, o clube tinha compromissos maiores do que dinheiro a entrar no caixa.

Com a venda de Endrick, além de outras como Verón, o Palmeiras passou a ter um total de R$ 265,9 milhões para receber em negociações de atletas. No total, o clube tem de pagar R$ 295,9 milhões em compromissos relacionados a contratações. Ou seja, há um equilíbrio na balança.

Ressalte-se que o Palmeiras, sim, fez contratações em 2022 apesar das reclamações da torcida. Jogadores como Flaco López, Tabata e Murilo entraram na conta de pagamentos do clube. Não está nesta conta Arthur, contratado em 2023. A maior conta a ser paga, no entanto, é com clubes nacionais, o que inclui R$ 100 milhões só em comissões pelas transações.

Do lado dos recebíveis, a venda de Endrick é a principal responsável por equilibrar a balança palmeirense: o clube ainda vai receber R$ 194 milhões do Real Madrid. Há ainda pagamentos a serem feitos pelo Botafogo e Cruzeiro por Patrick de Paula e Wesley.

As despesas de dia a dia do futebol mantiveram-se dentro do mesmo patamar do ano anterior. O total de gastos com pessoal, encargos e direitos de imagem foi de 53% da receita, praticamente o mesmo percentual do ano anterior. É um nível saudável pelos parâmetros de gestão de clubes de futebol.

Diante desses números, o Palmeiras teve uma estabilidade na sua dívida líquida (passivo menos ativo circulante e dinheiro a receber a longo prazo). O débito líquido do clube fechou em R$ 450,9 milhões, levemente superior aos R$ 434 milhões de 2021. A variação é em patamar inferior ao da inflação do ano.

Nesta conta, o blog excluiu o registro do estádio Allianz Parque no passivo do clube. Trata-se de uma medida meramente contábil incluída no balanço que não implicará em desembolso para o clube.