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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Briga entre Flamengo e Vasco por Maracanã tem 777, show e gestão provisória

Estádio do Maracanã - Paula Reis / Flamengo
Estádio do Maracanã Imagem: Paula Reis / Flamengo

Colunista do UOL

05/04/2023 04h00

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O Tribunal de Contas do Estado vai analisar as regras de licitação de concessão do Maracanã nesta quarta-feira, e talvez decidir a questão. No momento, o processo está suspenso pelo órgão. A decisão é permeada pela disputa entre Flamengo e Fluminense com o Vasco pela gestão do estádio.

O principal motivo de divergência para a diretoria rubro-negra é por temer que o estádio seja usado com projeto de entretenimento para além do futebol. Até por entender que o o fundo 777, dono do Vasco, tem como prioridade o lucro e acumular ativos, o que seria proporcionado por shows.

Já o Vasco entende que a prioridade deve ser, sim, o uso para o futebol. O projeto do clube envolve uma parceria com a WTorre com shows, mas seria para intervalos onde não houvesse jogo. E o clube cruz-maltino reclama que o Flamengo e o Fluminense têm acumulado concessões provisórias do estádio de forma irregular.

Atualmente, o Maracanã está sob gestão do Flamengo e do Fluminense por meio de uma TPU até o final de abril. A audiência do tribunal de contas vai analisar se essa permissão poderá ser mantida ou não enquanto não se define a licitação. Até agora um conselheiro é contra a prorrogação e outro entende que essa só pode ser renovada em caso de já estar encaminhada a licitação.

A maior resistência da diretoria do Flamengo a ter o Vasco na gestão do estádio é relacionado ao uso do Maracanã mais para um projeto de shows. O entendimento da cúpula rubro-negra é de que, como fundo, a 777 Partners quer transformar o estádio em um empreendimento lucrativo com parceiros com prioridade de entretenimento, não necessariamente um projeto focado no futebol.

A possibilidade de instalação de grama artificial, que permitiria shows, é totalmente rejeitada pelo Flamengo. O clube entende que um show com grama natural levaria bastante tempo para recuperar o gramado e inviabilizaria o uso do estádio para futebol por boa parte do ano.

A WTorre, parceira do Vasco, propôs discutir grama artificial no clube e realizar 10 shows por ano. Mas o clube cruz-maltino não referendou essas sugestões até agora.

Dentro do clube, a prioridade é esportiva e, portanto, com uso de grama natural. A questão de shows é tratada como segunda alternativa aos jogos de futebol, que seriam o principal foco de acordo com fontes vascaínas.

Essa é a disputa pela concessão definitiva do estádio tem o elemento imediato. O Vasco pede a cessão do estádio para jogo contra o Palmeiras pelo Brasileiro. O Flamengo e Fluminense têm até cinco dias antes do jogo para decidir.

Em paralelo, o Vasco questiona a concessão provisória dos dois clubes, classificando como irregular. Entende que o estádio tem que botar para concorrência a gestão do estádio e quem pagar mais levaria. Isso será definido provavelmente na audiência do TCE.