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Estádios se articulam contra regra que veta patrocínios; CBF estuda revisão
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A rodada da Copa do Brasil do meio de semana foi marcada pela implantação da regra para proibir patrocinadores em espaços internos dos estádios, com exceção das placas em volta do campo. Até a marca do Allianz Parque foi coberta no estádio do Palmeiras.
A medida gerou contrariedade em gestores de estádios pelo Brasil. Já existe a formação de um grupo de dirigentes de arenas, muitas delas propriedades de clubes, para questionar a CBF. O presidente da confederação, Ednaldo Rodrigues, tomou conhecimento deste item específico do regulamento e seu efeito nesta quinta-feira, preocupou-se com a repercussão com clubes e há possibilidade de uma revisão ou flexibilização da regra.
A confederação estabeleceu em seu Regulamento Geral de Competições de 2023 que parceiros comerciais estavam vetados em arquibancadas e cadeiras. Também houve medida igual no regulamento da Copa do Brasil. A medida não era de conhecimento de Ednaldo. Por ofício, a confederação informou os clubes em fevereiro:
"Com isso, os Clubes integrantes da Competição devem garantir que os estádios utilizados como mando de campo estejam limpos de qualquer tipo de publicidade para as partidas do referido certame, em cumprimento aos artigos do RGC e REC acima mencionados, assim como aos termos do presente Ofício", diz o documento.
Gestores de pelo menos três estádios ouvidos pelo blog disseram que a medida acarretará em impactos significativos nas suas receitas. Contratos de naming rights, maiores valores de renda das arenas de até R$ 300 milhões, terão entregas de exposição reduzida. Não há ameaça de revisão imediata, mas perdem valor a longo prazo. Um outro gestor de estádio diz que ainda analisa o impacto, e um clube que joga de aluguel não vê prejuízo.
Outros impactos financeiros são relacionados a anéis de luz com exposição de patrocínios expostos na arquibancada, presentes nos estádios mais modernos como Allianz Parque, Neo Química Arena e o recém-construído Arena MRV. Esses patrocínios não poderão mais ser vendidos para esses jogos.
Um terceiro efeito é nas vendas de patrocínios por setor. A CBF mandou cobrir marcas no Maracanã e nos elevadores e até em geladeiras do Mineirão. O Maracanã tem como sua segunda maior receita, depois da venda de camarotes, os patrocínios. A Arena MRV já vendeu três setores além do naming rights. O Allianz tem exibições da marca da empresa de seguros por vários lugares.
Ednaldo Rodrigues, da CBF, ficou sabendo das medidas e questionou o departamento técnico da confederação sobre uma possível rigidez. Pediu um relatório sobre o caso e diálogo com os clubes. Não está descartada, portanto, uma revisão ou flexibilização das regras a depender de prejuízo para os clubes.
O questionamento feito pelos gestores de estádio é de que a medida, sem consulta aos clubes, leva à insegurança jurídica para todos os contratos que já foram assinados. Não podem ser exibidos patrocínios na Libertadores, agora na Copa do Brasil. E não se sabe o procedimento para o Brasileiro. Por regulamento, a CBF também pode vetar.
O entendimento entre os gestores de estádios é de que a medida da CBF representa uma miopia porque privilegia as receitas da competição, e prejudica os estádios. Outra discussão entre os gestores de estádios é que a CBF importou o modelo de copas europeias com estádio limpo sem gerar receita suficiente para compensar os clubes.
Boa parte dos estádios tem ligação direta com os clubes, Allianz com o Palmeiras, Maracanã com gestão de Flamengo e Fluminense, Neo Química com o Corinthians como dono, e a Arena MRV com o Atlético-MG como dono. O Mineirão é de uso de Cruzeiro e Galo. Assim, os clubes podem atuar junto à CBF.
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