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Como começou atrito entre Leila e Landim e quais as consequências na Libra
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As declarações da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, criticando o Flamengo pela soberba dentro da Libra foram a consequência de uma discussão em fevereiro com o presidente rubro-negro, Rodolfo Landim. A questão em disputa é a regra de votação para divisão de dinheiro dentro da Liga.
Está em elaboração uma proposta para alterar o estatuto atualmente. Pela proposta em curso, a unanimidade valeria por mais cinco anos e depois cairia em favor de uma aprovação de maioria de 85%. Isso deve ser votado na próxima assembleia.
Entenda o passa a passo do caso
Regra de unanimidade
Quando foi fundada, a Libra estabeleceu uma divisão das receitas comerciais e de TV do Brasileiro. Dentro do estatuto, essa distribuição só poderia ser mudada por uma unanimidade de todos os clubes da Libra. O objetivo era criar uma estabilidade e impedir que um tivesse seus ganhos decididos por todos os outros. Clubes como Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo concordaram com a regra e aderiram de cara ao grupo.
Liga Forte Futebol
Uma parte dos clubes não aceitou as regras da Libra e fundou a Liga Forte Futebol. É um grupo composto por 26 times das séries A, B e C. Um dos questionamentos deste grupo é a regra da unanimidade para se alterar a divisão. Ainda há negociações entre os grupos, mas sem acordo.
Mudança de critério
Em fevereiro, a Libra decidiu mudar a divisão do dinheiro do bolo. Foram estabelecidos novos critérios pelos quais o dinheiro chegaria a uma proporção de 3,4 vezes entre o time que mais ganha e o que menos ganha. Houve unanimidade.
Discussão áspera
Nesta reunião, em 28 de fevereiro, alguns clubes defenderam a necessidade de discutir a regra de unanimidade para mudar o critério. Landim foi contra: alegou que o Flamengo já tinha aberto mão de muito dinheiro e que não faria mais concessões. Leila o peitou de forma irônica: "Você quer tudo para você. Se não para todos, se não for bom para o Palmeiras, não vai dar certo". Essa foi sua posição, segundo fontes presentes.
A discussão foi em tom áspero e irônico. Ao final, Landim disse que discutiriam isso outra hora. Houve outros encontros e nenhum atrito entre os dois.
Declaração pública
Em entrevista coletiva no Palmeiras, após a divulgação do atrito inicial, Leila Pereira ataca o Flamengo e Landim pela soberba. E ainda faz provocações sobre a má fase técnica do time rubro-negro. Sua fala indica que não concorda com a unanimidade.
Impacto na Libra
Dirigentes de outros clubes e da Libra entendem que o grupo não será afetado pelo atrito público entre dois clubes. Avaliam que já aconteceram outros embates anteriormente entre times.
Uma parte dos dirigentes entende que Landim, de fato, incomoda por ter postura de quem só pensa no Flamengo. Do outro lado, há cartolas que apontam que as declarações de Leila Pereira feitas publicamente foram desnecessárias, causam turbulência e deveriam ser feitas em discussões internas da Libra. Além disso, indicam que ela atuou como torcedora e não dirigente profissional.
Nova assembleia
A tendência é de seja apresentada uma proposta para que a regra da unanimidade, que gerou o atrito, seja válida pelo primeiro período contratual da Libra com o fundo Mubadala, investidor que prevê investir até R$ 4,75 bilhões. Fala-se em um tempo de cinco anos até mudar para uma necessidade de 85% de votos para alterar a regra de distribuição. Assim, Flamengo e Corinthians teriam a garantia de que não haveria mudança na regra de distribuição do dinheiro sem poder de veto deles antes do fim do primeiro ciclo. Essa proposta seria aceita pelo Flamengo.
Há dirigentes que defendem o fim da unanimidade já neste momento, como é o caso de Leila Pereira.
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