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Rodrigo Mattos

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

O que esperar do time do Flamengo com Sampaoli

Colunista do UOL

17/04/2023 15h50

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"Sistema está por baixo da cultura futebolística. Chego a um clube que tem que jogar futebol, todo tempo com a bola. Se não conseguir isso, fracassarei". Foi assim que Jorge Sampaoli definiu seu plano de intenções no Flamengo.

Complementava um raciocínio dos próprios dirigentes rubro-negros. O presidente do clube, Rodolfo Landim, falou que seu futebol tem "exatamente o modelo que a nação rubro-negra espera".

Mas como Sampaoli vai construir esse jogo ofensivo para atender o DNA do Flamengo? Qual o sistema vai utilizar? Como irá aproveitar cada característica dos jogadores rubro-negros?

Sistema com três zagueiros

O antecessor Vitor Pereira escalava o time com três zagueiros, assim como Paulo Souza anteriores. Isso causa certa rejeição em torcedores rubro-negros ao sistema.

Sampaoli varia mais sua linha defensiva, mas também tem preferência pelos três defensores quando seu time ataca. Até porque usa os zagueiros como garantia porque tem muitos jogadores atacando ao mesmo tempo. Ele confirmou esse modelo. Mas é bom lembrar que, com três zagueiros, um deles costuma sair mais para o jogo em geral pela esquerda. E já houve times do técnico que se defenderam com linha de quatro e até cinco, com o retorno dos laterais.

"Jogar com diferentes características é uma capacidade com o tempo. Futebol em um esquema ofensivo necessita de um grau de proteção. Esquema básico tem 3-2-5 para atacar ou 3-1-6. City joga com 4 centrales, mas ataca com seis. Não vai tirar a obrigação ofensiva na frente", definiu.

Jogo posicional

Sampaoli sempre foi um técnico adepto do jogo posicional. Pelo princípio, determinadas zonas do campo tem que ser ocupadas por um jogador, não necessariamente o mesmo, e busca-se abrir atletas nas pontas para tornar mais espaçada a defesa rival.

Jogadores do Flamengo já atuaram neste estilo com Domenech, Paulo Souza e Vitor Pereira. O jogo de Sampaoli, no entanto, pressupõe ter mais a posse de bola do que a formação dos dois português, aproximando-se mais com o que pregava o espanhol.

"Jogamos de maneira posicional. Estrutura bem definida. O que vai ser é que, progressivamente, educar um plantel a jogar dessa forma. Nesta progressão, estará minha capacidade de convencimento", disse o técnico.

Gerson, Gabigol e Pedro

Sobraram elogios de Sampaoli para Gerson, jogador que ele fez questão de ter no Olympique de Marsella. Ele destacou a importância da versatilidade e de sua presença ofensiva. É possível, portanto, que ele seja usado mais à frente, como atuou na França, e não como segundo volante como atualmente.

"Gerson outro dia, partida com Coritiba, Flamengo ganha com aparição de Gerson com pênalti. Um agente ofensivo difícil de marcar. Ali jogou em Marselha", explicou o treinador.

Ele também entende que, como foi feito por Dorival Jr, é possível escalar Gabigol e Pedro juntos no ataque. Mas disse que essa é uma formação possível, não a única. Entende que atuam juntos se houver a possibilidade de se complementarem em campo. Ou pode atuar um em um jogo e outro no seguinte.

Garimpo

Fala-se bastante sobre os pedidos de reforços de Sampaoli em outros clubes. E é possível que isso ocorra na próxima janela. Mas o treinador tem como característica também garimpar atletas dentro do próprio grupo como fez com Pituca no Santos.

Seu costume é levar as divisões de base para jogar com os times profissionais. Isso serve para treinar seus times contra uma equipe em modelo similar ao rival daquela semana, e observar os atletas que não têm sido aproveitados.