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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Garantias de Flamengo e Corinthians representam fatia pequena na Liga

Rodolfo Landim foi indicado ao cargo na estatal em março - Jorge Adorno / Reuters
Rodolfo Landim foi indicado ao cargo na estatal em março Imagem: Jorge Adorno / Reuters

Colunista do UOL

09/05/2023 12h00

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Um dos principais pontos de discussão sobre a Liga do Brasileiro é a garantia mínima para Flamengo e Corinthians, que lhes permitiria não terem perdas em relação aos contratos atuais de direitos da Série A. O valor, no entanto, representa uma fatia pequena das projeções de ganhos da Liga. A depender da receita, as garantias se tornam até irrelevantes.

Após longos desentendimentos, Liga Forte Futebol e Libra, grupos que reúnem os clubes das Séries A e B, avançaram em conversas por uma unificação para formar a Liga para organizar o Brasileiro.

A Liga Forte Futebol reivindica que a Libra retire da divisão de receitas da liga as garantidas dadas a Flamengo e Corinthians. Pelo mecanismo, os dois não poderiam ter perdas financeiras em relação a suas receitas atuais, que têm um mínimo de valor pelo pay-per-view. Nenhum outro clube teria essa salvaguarda.

O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, entende que já fez concessões demais na divisão de receita da Liga. Já houve uma modificação no critério da Libra que deixou a diferença entre quem mais ganha e quem menos ganha em 3,4 vezes. Por isso, indicou que não aceitaria abrir mão do mecanismo, nem da unanimidade para mudar a fórmula.

Outros clubes da Libra mostram-se mais flexíveis e concordam com a mudança, até a defendem como é o caso do Palmeiras de Leila Pereira.

Apesar da discussão quente, a diferença entre um valor e outro é pequena diante do tamanho do contrato, segundo duas fontes envolvidas na negociação. Isso porque quanto mais se aumenta o bolo vendido menos relevante são as garantias mínimas no todo.

Atualmente, todos os contratos de TV do Brasileiro de clubes, feitos separadamente por clubes com a TV Globo, rendem em torno de R$ 2,2 bilhões. Na Libra, considera-se que um patamar mínimo de receita na Liga a partir de 2025 seria R$ 2,5 bilhões, e esse valor seria avaliado como um fracasso comercial. Neste patamar, a discussão das garantias mínimas seria em torno de R$ 30 milhões.

A garantia se tornaria irrelevante a partir de um patamar de receita de R$ 3,5 bilhões. Isso porque Flamengo e Corinthians já ganhariam valores pelo menos iguais às garantias mínimas previstas na fórmula. A projeção de ganhos da Libra é de R$ 4 bilhões por ano.

Até por conta dessa diferença pequena há otimismo entre todos os envolvidos por um acordo, inclusive da parte do Flamengo. Agora isso não significa que haverá de fato uma convergência entre as partes porque há questões políticas e comerciais no meio do caminho, inclusive os acordos a serem feitos com investidores dos dois grupos.