À espera de acordo, Botafogo soma cinco meses sem pagar credores na Justiça

O Botafogo SAF já está há cinco meses sem cumprir pagamentos de credores na Justiça Trabalhista. As penhoras estão suspensas porque a empresa e os advogados dos credores tentam fechar um acordo para novas condições de pagamentos. Enquanto isso, não é obrigatório destinar 20% da receita da SAF para credores.

Em janeiro, a Justiça Trabalhista identificou que o Botafogo não havia depositado pela primeira vez a parcela do RCE (Regime Centralizado de Execuções). Em seguida, determinou penhoras de contas do clube.

Depois disso, o processo teve idas e vindas e clube e credores passaram a debater um modo de quitação da dívida. A ameaça do dono da SAF, John Textor, de não quitar mais as parcelas foi esquecida. Mas a SAF tornou-se ré junto com o clube.

O Botafogo chegou a anunciar que havia sido feito um acordo entre as partes. Só que isso não foi confirmado pelo TRT até agora. Ontem (15), a Justiça permitiu mais uma prorrogação de prazo de 20 dias para se tentar um acordo.

Advogados de credores alegam que o problema para se chegar a um acerto nas condições é o tamanho da dívida do Botafogo e a quantidade de anos para se pagar. O temor deles é que o clube entre em Recuperação Judicial e torne a quitação mais difícil. Por isso, preferem tentar o acordo.

O Botafogo confirma que está há cinco meses sem pagar por causa da espera do acordo. Ainda não há prazo.

A SAF alvinegra apresenta problemas financeiros. Houve prejuízo no ano de 2022 de R$ 248 milhões. Na prática, os custos operacionais somam quase o dobro da receita líquida do Botafogo, isto é, gasta mais do que arrecada.

A dívida líquida registrada no balanço é de R$ 310 milhões, mas não inclui esse débito trabalhista e cível. Não há notas explicativas, por isso, é difícil identificar onde exatamente estão as dificuldades financeiras do Botafogo.