Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Após 7 anos de Profut, dívidas de clubes caem só 10% e somam R$ 11,3 bi
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
A Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte foi criada juntamente com o Profut para sanar as dívidas dos clubes de futebol em 2015. Após sete anos, o endividamento das agremiações foi reduzido apenas em 10% considerados os valores corrigidos pela inflação, e a diminuição do débito tributário foi ainda menor. Tanto que se apelou às SAFs para resolver a situação de algumas agremiações em dificuldade.
Um levantamento da consultoria EY mostra que os 30 principais clubes do Brasil fecharam o ano de 2022 com R$ 11,3 bilhões de dívida líquida (passivo menos recebíveis). Na época da sanção do Profut, os clubes tinham um débito de R$ 12,7 bilhões em números corrigidos pelo IPCA (o número absoluto era R$ 6,7 bilhões).
Em um detalhamento da dívidas, o relatório da EY mostra que os clubes tiveram um débito tributário de R$ 3,758 bilhões ao final de 2022. O valor representa uma queda de apenas 4,6% em relação ao montante corrigido pela inflação em 2015.
Clubes como o Corinthians ultrapassaram R$ 500 milhões em dívidas com o governo porque voltaram a não pagaram impostos após o Profut. Nos últimos dois anos, as agremiações têm abandonado o Profut por um outro programa (Perse) com condições mais vantajosas. Isso levou a novos perdões de multas, e mesmo assim o débito final aumentou.
Não por acaso clubes como Cruzeiro, Vasco e Botafogo tiveram que negociar seus débitos tributários dentro das constituições das SAFs, vendidas a investidores.
Além disso, os clubes brasileiros aumentaram suas dívidas com empréstimos, segundo o levantamento da EY. O débito com mútuos representa R$ 2,864 bilhões. Isso gerou um crescimento de R$ 765 milhões em relação ao patamar de 2015 considerado o valor corrigido pela inflação. Só o Atlético-MG tem uma dívida em empréstimos superior a R$ 800 milhões.
A Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte previa uma série de medidas para tentar controlar a gestão dos clubes. Havia uma restrição de antecipações de receitas, obrigação de redução do déficit até 5% da receita em 2019. Isso não impediu seguidas contas nos vermelhos.
Também havia previsão de que todos os clubes teriam de manter em dia seus pagamentos de salários e direitos de imagem, o que foi descumprido sistematicamente.
Veja a lista de dívidas líquidas:
Atlético-MG - R$ 1,571 bilhão
Cruzeiro - R$ 1,181 bilhão
Botafogo - R$ 1,040 bilhão
Corinthians - R$ 927 milhões
Vasco - R$ 679 milhões
Fluminense - R$ 678 milhões
Internacional - R$ 653 milhões
São Paulo - R$ 587 milhões
Santos - R$ 540 milhões
Grêmio - R$ 518 milhões
Palmeiras - R$ 451 milhões
Red Bull Bragantino - R$ 301 milhões
Guarani - R$ 292 milhões
Bahia - R$ 284 milhões
Athletico-PR - R$ 281 milhões
Flamengo - R$ 254 milhões
Sport - R$ 246 milhões
Coritiba - R$ 236 milhões
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.