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Como é plano da Arábia Saudita de R$ 5 bi por astros como Benzema e Kanté
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O governo da Arábia Saudita anunciou nesta semana a estatização dos quatro principais clubes do país. É mais um passo no projeto de fazer uma liga de futebol do país estelar com astros como Cristiano Ronaldo, Benzema, Kanté (todos já confirmados). Mas como é o plano?
Primeiro, turbinar a Liga de Arábia Saudita faz parte de um planejamento maior de futuro do governo para mudar o país até 2030. O futebol entra como marketing, tanto com a atração de estrelas para a nação árabe, quanto com uma candidatura à sede da Copa-2030.
Diante disso, o PIF (fundo soberano da Arábia Saudita) decidiu estatizar os clubes, Al Nassar, Al Hilal, Al Ahly e Al Ittihad, os quatro principais da Liga. Na prática, 75% desses clubes passam a pertencer ao fundo, que é gerido e abastecido pelo governo. Os outros 25% serão mantidos com fundações. Deve haver um período de transição.
A Liga da Arábia Saudita (Saudi Pro League) passa a ter um modelo centralizado de gestão similar ao da MLS, liga dos EUA. Há uma inspiração clara no modelo americano, com a diferença de que tudo é tocado pelo Estado, enquanto os clubes são privados na América do Norte.
Assim, a gestão da Liga tem disponível um total de US$ 1 bilhão para a contratação de jogadores, salários e comissões. Há preferência por atletas sem vínculo contratual. Contratados os jogadores, eles são distribuídos pelos times.
Quem faz as negociações é Gary Cook, executivo-chefe da Saudi Pro League. Os contratos são feitos com a própria liga.
O Al Ittihad ficou com Benzema e, provavelmente, Kanté porque será o próximo clube saudita a disputar o Mundial de Clubes. Há um forte componente de makerting no projeto. A divulgação do futebol saudita em palcos internacionais é importante para o desenvolvimento da liga.
Os valores divulgados na imprensa internacional, como US$ 200 milhões para Cristiano Ronaldo, envolve uma operação bem mais complexa que não é só de salário. Há acordos comerciais como cessão de imagem do jogador para a Ásia. Então, não é simplesmente salário bruto para os atletas.
O objetivo do governo é transformar a Saudi League Pro em um produto atrativo e rentável a longo prazo. Não se tem objetivo de gerar receita agora. Isso servirá como plataforma de desenvolvimento da candidatura da Arábia Saudita à Copa-2030, assim como desenvolver o produto para se tornar de forma sustentável e organicamente rentável em um longo prazo, ou seja, depois do Mundial.
Pelas regras locais, não há restrições para que uma entidade, no caso o governo, seja dono de mais de um clube. Esse tipo de limitação existe na Europa, no Brasil e em outras regiões do futebol.
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