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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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São Paulo e Santos têm desempenho abaixo da receita, Flu e Fortaleza, acima

Receita x Performance 2022 - Série A - Consultoria Convocados
Receita x Performance 2022 - Série A Imagem: Consultoria Convocados

Colunista do UOL

14/06/2023 12h29

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São Paulo e Santos tiveram desempenho no Brasileiro-2022 abaixo do esperado pela sua receita e pelos seus gastos com futebol. Enquanto isso, clubes como Fluminense, Internacional e Fortaleza obtiveram posições acima do patamar de suas rendas no campeonato.

É o que mostra o relatório da consultoria "Convocados" ao analisar receitas e gastos com futebol, comparando com as posições na Série A. A consultoria é comandada pelo economista César Graffieti, e tem a parceria das empresas Outfield e Galapagos Capital. Lembremos que o campeonato de pontos corridos é o que permite de fato esse tipo de relação já que o mata-mata tem um grau de imprevisibilidade maior.

Os outros clubes, em sua maioria, tiveram posições neutras em relação ao seu nível de receita.

Para fazer a comparação, a consultoria estabeleceu quatro faixas de receitas e gastos com pessoa entre os clubes. Teoricamente, cada patamar de renda permitiria brigar dentro de um nível da tabela, de 1º a 5º; de 6º a 10º; de 11º a 15º; e de 16º a 20º. O mesmo critério, com valores diferentes, vale para os gastos com pessoal e folha salarial.

Para brigar no topo da tabela do Brasileiro, isso exige-se teoricamente uma receita a partir de R$ 464 milhões. É o caso do São Paulo com receita de R$ 661 milhões, proporcionada por sua torcida e venda turbinada de jogadores. O custo com o pessoal fechou em R$ 271 milhões, que também estaria no nível da elite da Série A. O time, no entanto, ficou em 9º no Brasileiro.

Já o Santos teve uma receita de R$ 329 milhões, o que lhe permitiria brigar na segunda prateleira, entre 6º a 10º. Também no gasto com pessoa o clube da Baixada Santista estaria no segundo patamar. Mas o time acabou em 12º na Série A.

Do outro lado, o Internacional e o Fluminense teriam receitas para brigar na segunda prateleira, entre 6º e 10º. Mas acabaram em 2º e 3º lugar, respectivamente, no Brasileiro. Mas é preciso ressaltar que os dois clubes tiveram gastos de pessoal dentro da faixa mais alta que permitiria disputar no topo do Brasileiro. Ou seja, gastaram bastante, no caso do Inter, também alavancado por uma venda de Yuri Alberto que reforçou os cofres do clube.

Um dos melhores casos de desempenho acima da receita, no entanto, é o do Fortaleza. No caso, o clube teve uma arrecadação de R$ 259 milhões, o que representa a faixa de times entre 11º e 15º colocados no Brasileiro. O clube, no entanto, acabou em 8º. Em relação ao custo, o time do Ceará também estaria mais próximo da faixa de 11º colocado, mas teve desempenho superior.

Dois clubes que teve desempenho abaixo do seu gastos, ainda que a receita não seja alta, são o Atlético-MG e o Botafogo. Isso porque ambos são clubes que têm despesas com o futebol acima do recomendado para suas receitas.

O Galo gastou valor similar ao do São Paulo, R$ 271 milhões, e deveria terminar entre os 5 primeiros, o que não ocorreu. E o Botafogo gastou R$ 188 milhões. No entanto, ficou abaixo do patamar de 6º a 10º.