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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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CBF recusou até lobby por técnico alemão do 7x1 por convicção em Ancelotti

A Seleção Brasileira aguarda apenas alguns detalhes entre CBF e Carlo Ancelotti para ter o técnico em definitivo - GettyImages
A Seleção Brasileira aguarda apenas alguns detalhes entre CBF e Carlo Ancelotti para ter o técnico em definitivo Imagem: GettyImages

Colunista do UOL

23/06/2023 04h00

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A escolha do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, para ter Carlo Ancelotti como técnico da seleção é anterior à Copa-2022. O processo desta opção até se chegar a um acordo verbal futuro com o treinador foi cheio de lobbies no meio do caminho para mudar o curso da entidade.

Os primeiros contatos com Ancelotti foram antes do Mundial por meio de terceiros. A conversa ficou paralisada durante a Copa e o final do ano. Foi retomada já em 2023 com Ednaldo centralizando tudo. O desejo veio à tona em dezembro, como o UOL publicou.

O treinador italiano, no entanto, sempre deu seguidas declarações de que ficaria no Real Madrid até o final da temporada e do contrato: junho de 2024.

Com a porta aberta para estrangeiros, agentes de jogadores e técnicos passaram a procurar a CBF com ofertas. A entidade foi sondada sobre dois possíveis nomes alemães que poderiam se interessar: Joachim Löw, ex-técnico da Alemanha, campeão do mundo que goleou a seleção por 7x1, e Klismann, antecessor do própiro Löw na seleção alemã, com passagem por Estados Unidos e Bayern.

Não foram os agentes dos dois alemães que procuraram dirigentes da CBF, mas empresários intermediários. Queriam sondar a situação para saber se haveria interesse.

A diretoria da confederação, no entanto, entendia que necessariamente deveria ser um técnico que falasse espanhol ou português para melhor comunicação com os jogadores.

Outro lobby foi o do português Jorge Jesus, ex-técnico do Flamengo. Houve intermediários que foram à CBF deixar claro que ele estaria disponível se fosse procurado. Mas essa tentativa causou incômodo em Ednaldo, principalmente por notícias sem fundamento sobre encontro entre eles.

O presidente da CBF sempre priorizou Ancelotti, mas, durante o 1º semestre, cogitou não esperá-lo se ele ficasse no Real Madrid mais uma temporada, isto é, até 2024. Por isso, pensou em um plano B, que incluía Fernando Diniz, Abel Ferreira e Jesus, este depois rechaçado.

Mas, ao final, Ednaldo abandonou a ideia de procurar um segundo nome pelo acordo com o técnico com o qual tinha convicção, mesmo tendo de esperar até 2024.