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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Como é projeto saudita com Ronaldo que leva Luis Castro ao Al Nassr

Luís Castro, técnico do Botafogo, durante partida pelo Campeonato Brasileiro - Ettore Chiereguini/Ettore Chiereguini/AGIF
Luís Castro, técnico do Botafogo, durante partida pelo Campeonato Brasileiro Imagem: Ettore Chiereguini/Ettore Chiereguini/AGIF

Colunista do UOL

30/06/2023 04h00

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Com Bruno Andrade

A contratação do técnico do Botafogo, Luis Castro, pelo Al Nassr faz parte do projeto bilionário da Arábia Saudita para o futebol. O clube é um dos que passou a ter como acionista majoritário o fundo soberano do governo saudita. A gestão, no entanto, continua a ter forte influência em suas decisões do craque Cristiano Ronaldo.

A intenção do governo da Arábia Saudita é turbinar a liga saudita para transformá-la em uma atração internacional. Para isso, passou a ser dono de 75% de cada um dos quatro principais clubes do país: Al Nassr, Al Hilal, Al Itihad e Al Ahli.

A partir daí, as gestões dos clubes passaram a ter influência do fundo, mas ainda têm certas prerrogativas nas decisões sobre o time.

A contratação de Luis Castro foi feita por decisão da diretoria do Al Nassr, já que os clubes definem seus treinadores. Mas houve um pedido do português Cristiano Ronaldo que teve bastante peso.

Até porque o empresário ligado ao jogador Ricardo Regufe tem grande influência na gestão do futebol do Al Nassr. Foi ele que viabilizou a ida de Ronaldo para terras sauditas.

Ao mesmo tempo, o orçamento do PIF permite uma turbinada nos salários pagos no país. Até porque o fundo paga pelos reforços mais caros como Ronaldo. Assim, sobra dinheiro para propostas como a feita para Luis Castro, que aceitou ganhar quatro vezes o salário que recebia no Botafogo para ir para a Arábia Saudita.

A escalada de salários de técnicos - que já eram altos - também se demonstra na proposta feita para Jorge Jesus ser técnico da seleção.

No caso das contratações de jogadores, há nomes decididos apenas pelo fundo PIF. Neste caso, há agentes específicos contratados para fazer a operação em nome da liga. O destino dos atletas é decidido pela estratégia de melhorar o campeonato.

Os clubes também podem pedir por jogadores e os valores serem pagos pelo PIF. Mas tem que haver uma aprovação do fundo.