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Como o Atlético-MG mudou de posição crítica para adesão à Libra
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O Atlético-MG atuava como um dos líderes da Liga Forte Futebol desde o meio de 2022. Seu presidente, Sergio Coelho, fez críticas à Libra (Liga do Futebol Brasileiro). Nesta terça-feira, o Galo saiu da LFF e anunciou sua adesão à Libra. Por que houve essa mudança?
Primeiro, o Atlético-MG sempre conversou com clubes da Libra, chegou a negociar sua entrada no meio de 2022. Mas tornou-se uma das vozes da LFF no discurso de não aceitar as garantias mínimas dadas para Flamengo e Corinthians em uma nova liga.
"Um ponto que não concordamos, e é sensível, é que Flamengo e Corinthians querem uma garantia durante cinco anos de ganhar no mínimo o que eles ganham hoje. E explico: no fim de 2024, acabam os contratos dos clubes da Série A com a TV. Quando foi feito o contrato no passado, ficou muito desigual", disse Coelho, em março, à Rádio Itatiaia.
Dentro do Atlético-MG, há conselheiros que atribuem a mudança à influência do BTG. Essa versão é difundida também pela Liga Forte Futebol. O BTG é responsável pela SAF do Galo, credor do clube e agente da Libra.
A versão do BTG é negar qualquer pressão sobre o clube. O banco foi, sim, atuante em apresentar à diretoria do Galo a proposta da Libra e tentar convencê-lo.
A dívida do Galo com o Banco Pactual, do BTG, é de R$ 168 milhões, valor que será transferido à nova SAF. O Atlético-MG também tem uma dívida de R$ 88 milhões com a XP, banco que atua como captador de investimentos na Liga Forte Futebol.
Ambos oferecem uma linha de crédito para os clubes que aderirem ao acordo de investimento com fundos Serengeti (LFF) e Mubadala (Libra). Isso significa antecipar o aporte destinado ao clube que aderir ao investimento - o Galo ainda não informou se vai fazer a operação. Seu aporte previsto é de R$ 99 milhões por 12,5% de sua venda de direitos no Brasileiro, se aceitar a negociação.
Nos últimos meses, a cúpula do Galo - leia-se Rubens Menin, Ricardo Guimarães e Rafael Menin - pediu a uma consultoria para calcular o impacto de orçamento dos dois modelos de distribuição de receitas, LFF e Libra. Ou seja, queria saber quanto o clube receberia em cada um em termos de receita, não de aporte. Houve diferenças no valor, mas confirmaram-se as teses apresentadas pelas duas ligas.
No caso, a Libra diz que a diferença é de até 3,4 vezes, entre o que mais ganha e o que menos ganha, com garantias mínimas dos valores atuais. A LFF tem diferença entre 3,5 vezes, sem garantia mínima de nenhum clube.
Para além da forma de divisão, pesou também na decisão do Galo o aporte da Libra estar garantido pelo fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos, que tem capital de US$ 276 bilhões.
Ao explicar a adesão à Libra, em nota oficial, o Galo afirmou que a decisão foi "por entender que essa mudança representará, no longo prazo, maiores benefícios financeiros e institucionais para o clube."
Outro movimento dos dirigentes atleticanos foi mediar uma reunião entre os investidores dos dois lados, Carlos Gamboa, da LCP, e Pedro Mesquita, da XP, ligados à LFF e Sergio Carneiro, pelo Mubadala, em pré-acordo com a Libra. A intenção era tentar um acerto entre as ligas, o que não se concretizou.
A reunião, no entanto, serviu para os cartolas do Galo terem suas impressões sobre os dois lados. Essa reunião ocorreu há um mês e meio e, a partir daí, o Atlético-MG passou a ficar em dúvida sobre a Liga Forte Futebol.
Após todos esses passos, a cúpula do Galo - composta pelos 4Rs - teve peso decisivo na mudança de liga. Se concretizada a operação da SAF, serão os controladores do clube. O Galo pediu sua saída da LFF por mensagem de Coelho, o mesmo que criticara a Libra.
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