Rodrigo Mattos

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Acordo da SAF do Atlético-MG não detalha obrigações de futuros donos

O acordo de acionistas da SAF do Atlético-MG não detalha obrigações de gestão dos candidatos a donos - Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães. Nesta quarta-feira, foi enviado um documento com informações sobre o acordo aos conselheiros. A votação no Conselho Deliberativo da possível venda começa nesta quinta-feira.

A negociação da SAF do Atlético-MG gira em torno de R$ 1,2 bilhão. Desse total, os investidores entrarão com R$ 913 milhões, e outros R$ 300 milhões irão pertencer ao clube-associativo. Ou seja, a divisão será de 75% para os novos donos, e 25% para o Galo.

A convocação da votação da venda da SAF dizia que a diretoria teria poder para decidir com os compradores quais seriam os termos dos acionistas depois de aprovada a transação.

Após pressão de conselheiros, a diretoria do Galo apresentou, na véspera da votação, um documento que chamou de resumo do acordo de acionistas. Prometeu aos conselheiros que eles podem acessar o documento integral no clube.

A série de informações já apresentadas inclui pontos e não detalha outros:

Sem obrigações dos novos controladores

Não há no documento nenhuma meta ou obrigação de gestão prevista para os novos controladores. Não há previsão de cumprir um patamar de receita, de investimento mínimo no futebol, de gasto com folha salarial ou com contratações.

Também não foi informada uma meta para quitação das dívidas do Atlético-MG, que somam R$ 2,1 bilhões - uma parte de R$ 313 milhões é com os 4Rs e será transformada em ações.

Não há explicação ainda sobre quando será feito o aporte de R$ 600 milhões por empresários e qual será o seu destino.

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As vendas de SAFs como Vasco, Botafogo, Bahia e Coritiba incluíram a previsão de investimento mínimo no futebol ou um parâmetro de gasto. No caso do Cruzeiro, foi estabelecida uma meta de receita. Há ainda em todos esses negócios previsão de prazos para realização de aportes. No caso do Botafogo, há inclusive metas esportivas para a nova SAF.

Vetos do clube

O documento inclui direitos de vetos para o Atlético-MG em alguns pontos da administração da SAF. Entre os pontos: a alienação e doação de bens ou marcas do clube como estádio e CT; reorganização ou dissolução da SAF; participação em competições. Para ter esses direitos, o Galo tem que manter 10% das ações.

O Atlético-MG ainda terá direito a veto na modificações de símbolos, troca de sede ou qualquer aumento de capital social que dilua a participação do clube-associativo na SAF.

Gestão

O Conselho de Administração terá entre 7 e 9 pessoas, sendo cinco indicadas pela Galo Holding (dos 4Rs) e duas do clube. As votações serão por maioria. Isto é, os novos donos terão poder decisivo.

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O futebol será gerido por um comitê com cinco pessoas. Dessas, uma será indicada pela Galo Holding, outra pelo clube, e as outras três são da diretoria, que, no caso, é decidida pelo Conselho de Administração. Ou seja, prevalece a posição dos 4Rs.

Ações

A Galo Holding não poderá transferir ações no período de dois anos. No caso de tentarem uma venda de ações, em parte no todo, os 4Rs e outros investidores terão de oferecer a recompra para o clube-associativo. Se não houver interesse, os investidores podem revender as ações.

Prazo

O acordo é válido por 30 anos, que podem ser renovados por mais 30 anos se não houver uma recusa de uma das partes.

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