Negociações com Globo e superfundo tentam unificar blocos de TV da Série A
Os clubes da Série A dividiram-se em dois blocos de negociações dos direitos de TV, Libra e Liga Forte Futebol. Há duas tentativas separadas em curso de tentar unificar os contratos de televisão do Brasileiro a partir de 2025, uma feita pela Globo e outra em negociação com um superfundo internacional, o CVC.
A Libra conta atualmente com nove times da Série A: Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Santos, Grêmio, Atlético-MG, Red Bull Bragantino e Bahia. Há uma negociação em curso com o investidor Mubadala para eventual venda de parte dos direitos. Por enquanto, só há um pre-contrato (MOU).
A Liga Forte Futebol e aliados formam um bloco com 11 equipes: Inter, Fluminense, Athletico, Goiás, Cuiabá e América-MG, além de um grupo de SAFs, Botafogo, Vasco, Cruzeiro e Coritiba. Esse bloco já fechou contrato para vender 20% dos seus direitos ao fundo Seregenti e LCP.
A Globo negocia em separado com os dois blocos uma compra dos direitos para 2025. Mas a intenção da emissora é fazer um modelo de contrato coletivo com adesão de todos os clubes a um mesmo modelo.
Assim, seria estabelecido um padrão de divisão de receitas coletivo como é feito atualmente com todos os clubes, com percentuais igualitários, por posição e eventuais outros critérios.
A questão é que os dois blocos têm critérios internos próprios de divisão do dinheiro. E podem querer vender todos os direitos e decidir entre si a distribuição dos recursos. Neste caso, a Globo terá de se adaptar e pagar os direitos para cada bloco em negociações separadas.
Em outro movimento, o Mubadala, parceiro da Libra, procurou o fundo CVC. Trata-se de um fundo que gere US$ 90 bilhões (cerca de R$ 433 bilhões) de ativos. E é o fundo que tem mais investido em compras de fatias de ligas no mundo, entre elas a Ligue 1 e a La Liga. Procurado pelo blog, o CVC não quis comentar o assunto.
O objetivo do Mubadala é ter um maior capital e, ao mesmo tempo, um know-how relacionado à gestão de ligas.
O CVC tentou intermediar um acordo entre Mubadala e Seregenti para juntar todos os direitos de clubes em um mesmo teto. Assim, seria possível formar uma liga, desde que houvesse acordo entre os dois grupos de clubes da Libra e Liga Forte Futebol. A reunião que ocorreria entre os fundos, no entanto, não deu certo.
Mas ainda há essa intenção de tentar negociar um acordo entre as partes. O CVC só vai investir se houver de fato uma liga única no Brasil. E, ressalte-se, o acordo entre investidores não seria suficiente, clubes dos dois lados teriam de entrar em acordo.
Fato é que, no cenário de dois blocos de times, há forças agindo para tentar unificar os direitos do Brasileiro da Série A a partir de 2025. Resta saber se vai dar certo.
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