Rodrigo Mattos

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Queda do Flamengo é marcada por teimosia de Sampaoli e falta de postura

A convicção de um técnico em suas ideias, em suas estratégias, é uma virtude em boa parte das vezes. Mas é possível que se transforme em um defeito se a insistência contraria a realidade, o campo, jogo real. Foi o que aconteceu com o Flamengo de Jorge Sampaoli.

A eliminação do time rubro-negro para o Olimpia nas oitavas-de-final da Libertadores deixou exposta como a visão de futebol do treinador argentino não se adaptou ao que se vê no campo. A postura dos jogadores também não foi de acordo com o cenário posto para a partida.

O Flamengo chegou ao Paraguai com um gol de vantagem, em um estádio lotado, diante de um Olimpia limitado. Era meio óbvio o que ocorreria: o técnico Arce apostaria em um jogo físico, de pressão para inverter o resultado e de bolas altas (Aliás, característica de Arce em toda sua carreira como jogador).

Pois bem, Sampaoli armou um Flamengo para ter a bola com Filipe Luís pela lateral esquerda e Gerson como segundo volante. Não entrou para ter um time competitivo, mas técnico, dominante. Era uma aposta aceitável no caso de Filipi Luíz (deu certo contra o Grêmio). Mas arriscada no geral por não ter jogadores mais jovens.

O time carioca passou metade do primeiro tempo tomando pressão sem ganhar bolas pelo alto ou segundas bolas. Pior, quando os espaços atrás do Olimpia se apresentavam, o Flamengo era moroso e não acelerava.

Fez um gol na única conclusão a gol, sofreu outro pelo lado esquerdo exposto de Filipe, em noite desastrosa. O árbitro Wilmar Roldán permitia o jogo físico do Olimpia, era confuso, o Flamengo teria de adaptar à realidade.

A volta para o segundo tempo viu uma mudança de posicionamento no meio rubro-negro, entre Thiago Maia e Gerson, e um maior controle de bola. Mas o Flamengo seguia moroso e quase inofensivo na frente. Everton errava tudo, Arrascaeta se entregava à marcação e Gabigol atuou como comentarista de arbitragem.

Arce percebeu o controle tático do rival no jogo, e começou a empilhar atacantes na área rubro-negra. Era a armar que tinha. E não era difícil perceber que o Flamengo perdia quase todas as bolas pelo alto desde o início do jogo. É que o Olimpia não tinha tantos escanteios assim.

Sampaoli demorou até além do 30min para tirar um Filipe Luís que errava tudo e botar Ayrton Lucas. O reforço da marcação com Allan também foi moroso. A marcação pelo alto... o técnico argentino deixou na sorte.

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Para além das críticas a Sampaoli, é preciso que se ressalte-se a postura pouquíssimo competitiva dos jogadores do Flamengo. Por baixo, pelo alto. Uma frouxidão no embate com rivais que não combina com oitavas de final de Libertadores.

Pagaram o preço. Primeiro, Ortiz fez um gol de cabeça sem precisar subir em meio a quatro jogadores de defesa do Flamengo. A bola foi morrer no canto após um pulo atrasado do goleiro Matheus Cunha.

No terceiro gol do Olimpia, 11min depois, Bruera subiu no meio da zaga do Flamengo para acertar o canto. Era o desespero para o rubro-negro, aí o time decidiu atacar. Enfim, iria se apresentar para o jogo que tinha evitado por 80min.

Sampaoli coloca Luiz Araújo para explorar as pontas, mas deixa Pedro, o centroavante alto, de fora. Parece resquício da animosidade entre os dois porque não há justificativa técnica para sua manutenção no banco naquele cenário. É teimosia pura.

O Flamengo fez um gol com Victor Hugo em uma bola disputada na área, o que levaria para os pênaltis a disputa. O cruzamento da direita tem um desvio de Cardozo para o meio da área. Depois, ele e Ayrton Lucas disputam a bola que chega para Gabigol em posição de impedimento.

A primeira imagem da TV mostrava um toque final de Cardozo. Já a imagem do VAR, divulgada pela Conmebol, exibe um toque de Ayrton Lucas, o que caracterizaria o impedimento.

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Naquele momento, um descontrolado Sampaoli já estava fora do campo, expulso por seguidas reclamações com Roldán. Seu time bilionário concluiu quatro vezes no gol contra 14 do Olimpia que pena no em campeonatos paraguaios. O importante é que ele manteve suas ideias intactas, e Gabigol pode fazer acusações sem prova de roubo.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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