Rodrigo Mattos

Rodrigo Mattos

Siga nas redes
ReportagemEsporte

Como sucesso do futebol do Palmeiras alavanca receita e gasto com time

O Palmeiras divulgou o seu balancete do semestre, meio do ano, com receitas e despesas acima do estimado inicialmente. Há uma explicação: os bons resultados do período e os aumentos com gastos para manter o time vencedor. Assim, não há grande margem para reforços caros.

No geral, o resultado financeiro foi superior ao esperado para o semestre, com um déficit de R$ 2,7 milhões contra R$ 13,9 milhões. A primeira parte do ano é tradicionalmente pior nas finanças do que a segunda.

Nas receitas, o Palmeiras obteve R$ 405,406 milhões, o que representa cerca de R$ 70 milhões a mais do que o previsto no orçamento. Houve impacto da arrecadação com jogos, venda de atletas, Avanti e premiações de campeonatos. Ou seja, impacto dos resultados esportivos.

O clube, por exemplo, obteve a premiação do título do Paulista quando a previsão era semifinal. E ganhou a Supercopa em cima do Flamengo, o que não estava contabilizado no orçamento. Foram R$ 22 milhões de premiações não estimadas.

A venda de atletas superou em R$ 14 milhões o previsto, e a arrecadação de jogos em R$ 13 milhões. Como já mostrado pelo blog, uma questão é que a gestão do Palmeiras não consegue alavancar outras receitas como marketing. Em relação às metas esportivas para o ano, o Palmeiras está, no momento, levemente acima.

"A previsão orçamentária para 2023 estabeleceu as seguintes metas esportivas: Campeonato Paulista: semifinal (clube se sagrou campeão) Conmebol Libertadores: quartas de final (classificado para as quartas de final) Copa do Brasil, quartas de final (alcançou as quartas de final) Campeonato Brasileiro, Quarto lugar (ocupa atualmente a segunda posição)", contou o clube pela assessoria.

Por que não sobra dinheiro para contratações no meio do ano já que o Palmeiras não contratou na janela de transferências do meio do ano? Houve um aumento do custo do futebol em relação ao orçado, principalmente em salários. Além disso, lembremos que o clube fez, sim, uma contratação cara ao trazer Arthur para o lugar de Scarpa. E, também como já apontado no blog, o clube investiu em nomes que não deram certo no ano passado.

As despesas com pessoal foram de R$ 168,7 milhões, enquanto a previsão era de 140,9 milhões. Já os gastos com direitos de imagem foram de R$ 42 milhões, em torno de R$ 15 milhões superior ao previsto no orçamento.

Quando questionado sobre se sobraria dinheiro para investimento, por conta da receita superior, o Palmeiras ponderou que esse investimento era na manutenção de titulares. Houve a renovação de contratos com peças-chave do clube. Diz o clube alviverde por meio da assessoria:

Continua após a publicidade

"A prioridade do clube é esportiva. Para alcançar os seus objetivos em 2023, a gestão da presidente Leila Pereira investiu na manutenção do elenco (Gustavo Gómez, Zé Rafael, Raphael Veiga, Dudu e Rony, entre outros, tiveram os contratos renovados entre dezembro e janeiro) e definiu que não negociará titulares neste segundo semestre."

A diretoria rechaçou abordagens a Gustavo Gomez feitas pelo Al Nassr, da Arábia Saudita, sem nem ouvir a proposta.

Houve ainda uma despesa financeira bem acima do esperado que atingiu o montante de R$ 53,5 milhões. O clube explicou que o impacto "decorre da variação cambial e dos juros de operações financeiras realizadas." Ou seja, são pagamentos em moedas estrangeiras e empréstimos. O impacto foi de R$ 32,2 milhões já que as receitas financeiras foram de 21,3 milhões.

A dívida líquida do Palmeiras continua estável: fechou em R$ 472 milhões. Ou seja, há um crescimento de apenas R$ 6 milhões em relação ao final do ano, considerada a inflação.

Após a publicação da coluna, o Palmeiras enviou um comentário defendendo o trabalho do marketing do clube:

"Em relação ao desempenho do Marketing, o Palmeiras ressalta que tem registrado crescimento expressivo em segmentos como sócio-torcedor (165% na comparação entre 2021 e 2022) e licenciamento (57%). Além disso, o clube fechou, somente no ano passado, 37 contratos de patrocínio, entre acordos longos e pontuais, resultando em mais de R$ 70 milhões em novas receitas.

Continua após a publicidade

Cabe ressaltar que o Marketing do Palmeiras gera atualmente a segunda maior receita do futebol brasileiro com patrocínios e licenciamento e segue inovando (como atesta o recente lançamento do Palmeiras Pay, com mais de 300 mil contas abertas) para participar do orçamento do clube de forma cada vez mais ampla."

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Diferentemente do que foi informado, no momento, o Palmeiras é o segundo colocado do Brasileirão. O erro já foi corrigido.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes