CBF apura caso Paquetá com apostas em cartões; processo pode ir à Fifa

A origem da investigação são apostas em volume alto no Rio de Janeiro em cartões amarelos de Paquetá e Luiz Henrique em jogos da Premier League e La Liga. Essas apostas foram feitas por apostadores na Baixada Fluminense em um site. Há desconfiança de que são pessoas ligadas aos jogadores, já que os cartões amarelos foram recebidos pelos dois atletas. Essa informação foi publicada primeiramente pelo "Globo Esporte" e depois confirmada pelo blog.

Pois bem, a CBF vai averiguar a natureza da investigação porque entende que Paquetá é um jogador da seleção. Assim, há uma preocupação sobre o seu caso e de Luiz Henrique.

"A gente observa, esperando que as pessoas suspeitas possam provar que não é aquilo que está acontecendo. Mas a gente vai respeitar o posicionamento final das autoridades que estão investigando. Tomamos com surpresa e vamos acompanhar o desenrolar das investigações", disse Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.

A preocupação faz sentido porque, se forem considerados culpados e forem punidos, os jogadores podem ter suas penas em campeonatos nacionais estendidos para seleções. Há duas possibilidades: a federação nacional pedir para pena ser aplicada no âmbito internacional (mais provável) ou julgamento na Fifa. Isso é confirmado por dois advogados.

"Sem entrar no mérito do caso específico, mas falando de forma geral, a FIFA tem amplos poderes para investigar qualquer conduta contrária ao artigo 27 do código de etica, independentemente da competição. Contudo, normalmente em questões que envolvam competições domésticas, a competência acaba ficando com as autoridades locais, o que não impede, se for o caso, a Fifa de atuar", contou o advogado Eduardo Carlezzo.

Pelo código de ética da Fifa, há proibição de jogadores, técnicos ou dirigentes apostarem diretamente ou indiretamente em apostas. As punições previstas são de multa e até três anos de banimento de atividades do futebol.