Rodrigo Mattos

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No Maracanã, Vasco fica com um terço da renda e leva R$ 1 milhão

Ao enfrentar o Atlético-MG no Maracanã, o Vasco gerou controvérsia com o Fluminense pelos danos ao gramado por jogos seguidos. Mas a disputa judicial gerou uma receita líquida à agremiação cruzmaltina de R$ 1 milhão. Esse valor, no entanto, foi só um terço da receita porque o estádio é caro de se jogar.

A receita total da partida foi de R$ 3,054 milhões para um público de 53.540 torcedores. Mas as despesas totais do Maracanã fecharam em R$ 1,958 milhão, além de outros custos. Por isso, sobrou R$ 1,033 milhão.

O Vasco, ressalte-se, paga despesas iguais a Flamengo e Fluminense. Os jogos de maior porte dos dois, acima de 50 mil, geram custos entre R$ 1,7 milhão e R$ 2,1 milhões, segundo análise do blog com os borderôs. Há variação de acordo com o dia, tamanho de público e segurança. A diferença é que o documento do Vasco contabiliza aluguel de R$ 250 mil, enquanto esse valor é embutido nas despesas para Fla-Flu.

Com isso, o Vasco ficou com 34% da receita do jogo. Ainda assim, é um valor bem superior ao que o clube costumava arrecadar em São Januário. A partida com o Santos, que teve 19 mil pessoas e também foi domingo, gerou R$ 206 mil de receita líquida, com renda bruta de R$ 1,041 milhão. Mas, no Maracanã, o Vasco não fica com receitas de bebidas e comidas, que são destinadas aos concessionários, Flamengo e Fluminense.

A realidade é que, para ganhar dinheiro no Maracanã, tem que se gerar públicos acima de 30 mil. E, para reter fatias acima de 50% da receita líquida, a bilheteria tem que girar em pelo menos R$ 3,5 milhões. No Fla-Flu, por exemplo, que teve o Fluminense como mandante, essa receita chegou a R$ 3,6 milhões, e o tricolor ficou com mais da metade.

O Flamengo demanda cargas de torcida para 70 mil pessoas - o Vasco pediu estrutura para 60 mil. Por isso, pode levar até 60% da receita da bilheteria, como no caso do jogo com o São Paulo, com renda na casa de R$ 5 milhões. O clube rubro-negro também cobra ingressos mais caros.

Essa alto custo mostra porque o Vasco só quer jogar no Maracanã partidas de alto interesse quando tem certeza de casa cheia. O Fluminense, por exemplo, teve público pagante de 33 mil no dia anterior, diante do América, o que se explica pelo interesse da torcida focado na Libertadores. Com esse público, o clube ficou com R$ 182 mil de receita líquida, menos de um sexto do total arrecadado.

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