Reforços e déficit fazem dívida do Corinthians crescer R$ 61 milhões no ano
O Corinthians teve um crescimento de sua dívida líquida em R$ 61 milhões durante o ano. É o que mostra o balancete de meio do ano publicado pelo clube. Com isso, o débito chegou a R$ 971 milhões.
O diretor financeiro do Corinthians, Wesley Melo, explicou que crescimento do débito ocorreu por causa do déficit no 1º semestre (R$ 39,6 milhões) e contratações. "Esse aumento está basicamente vinculado ao déficit do 1º semestre (que era previsto e significa menor geração de caixa) e a incorporação de valores a pagar no futuro pelas aquisições do Matias Rojas e Barletta", contou o dirigente.
Esse valor não inclui a dívida pela construção da Neo Química Arena. Pelo estádio, o clube deve mais R$ 700 milhões, segundo entrevista recente do diretor financeiro, Wesley Mello.
Em relação às contas do semestre, o Corinthians teve um crescimento de dívida principalmente por obrigações e encargos sociais. O valor saltou de R$ 91 milhões para R$ 156 milhões. Dentro deste item, estão contabilizados salários, FGTS, imposto de renda retido na fonte, INSS.
Mello contou que o clube tem pago os impostos de acordo com o fluxo de caixa disponível. "Nesta rubrica há valores das provisões de pagamento de férias e 13º salario e seus encargos, além de impostos correntes sendo provisionados (colocados como dívida no balanço). Os impostos estão sendo pagos conforme a disponibilidade de caixa", disse ele.
Mas o Corinthians já acumula mais de R$ 500 milhões em dívidas fiscais de anos anteriores.
Houve também aumento do passivo com direitos de imagem: cresceu em R$ 12 milhões e atingiu R$ 79 milhões, segundo o balancete.
Já o déficit é explicado porque, apesar de ter um aumento de receita, o o Corinthians também teve crescimento de despesas, do futebol e financeiras. Foram R$ 400,1 milhões de renda total, incluído futebol e clube social.
Em compensação, as despesas no futebol chegaram a R$ 307,3 milhões. Há portanto um aumento de R$ 40 milhões em relação ao mesmo período do ano passado.
É de se notar também um aumento das despesas financeiras do clube social que atingiram R$ 43 milhões. São custos relacionados a juros de empréstimos feitos pelo clube, por conta da alta da taxa Selic.
Veja abaixo a íntegra das explicações do diretor Wesley Mello:
Blog: Por que houve aumento o passivo com obrigações e encargos sociais de R$ 91 milhões para R$156 milhões. Qual item aumentou?
Mello: Nesta rubrica há valores das provisões de pagamento de férias e 13º salario e seus encargos, além de impostos correntes sendo provisionados. Os impostos estão sendo pagos conforme a disponibilidade de caixa.
Blog: O clube tem anunciado uma política de reduzir a dúvida. mas a dívida líquida passou para 971 milhões, 60 milhões a mais do que no final de 2022. O que houve?
Mello: Esse aumento está basicamente vinculado ao déficit do 1º semestre (que era previsto e significa menor geração de caixa) e a incorporação de valores a pagar no futuro pelas aquisições do Matias Rojas e Barletta.
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Quero receberBlog: Como se explica o aumento do gasto com o futebol acima da inflação?
Mello: Os custos com futebol não estão atrelados a inflação. Além da óbvia menção a salários cito como exemplo o custo de logística que aumentou varias vezes acima da inflação nesse período, o que afeta diretamente os custos.
Blog: A despesa financeira de R$ 43 milhões do clube social tem relação com o pagamento da dívida da Neo Química?
Mello: Não, somente com a relação à dívida do clube. Despesas financeiras representam a apropriação dos custos financeiros dos passivos basicamente. Importante lembrar que a taxa básica de juros (Selic) se manteve em 13,75% aa ao longo do primeiro semestre todo.
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