Como estádio próprio aumentaria renda do Flamengo em relação ao Maracanã
O Flamengo tem a maior receita de bilheteria do Brasileiro, mas sua receita líquida fica abaixo do trio de ferro paulista por conta das despesas. Esse quadro, mostrado pelo colega Danilo Lavieri, gera uma reflexão sobre o custo do Maracanã em relação a um estádio próprio.
O dado é relevante enquanto o clube prepara sua proposta para concorrência do Maracanã, juntamente com o Fluminense. E, ao mesmo tempo, estuda e negocia pelo projeto do estádio próprio.
Primeiro, os números. O Flamengo tem em média uma bilheteria de R$ 3,573 milhões por jogo e fica com um percentual em torno de 50% desse valor (R$ 1,792 milhão).
O São Paulo retém 75% da sua receita de bilheteria com os jogos no Morumbi. Já o Palmeiras fica com 73% da sua renda no Allianz Parque, e o Corinthians abocanha 61% do total arrecadado.
A diretoria do Flamengo sabe que o estádio próprio teria um impacto no aumento da receita líquida de bilheteria. Mas os dirigentes não sabem avaliar hoje quanto seria possível reter da renda porque há inúmeras variáveis no quadro. E quais são?
Bem, a despesa operacional do Flamengo no Maracanã á alta: R$ 1,473 milhão no jogo contra o Internacional. Com cerca de 15 mil pessoas a menos, o Corinthians teve despesa de R$ 482 mil na Neo Química Arena.
Um primeiro fator é que o Flamengo paga aluguel de R$ 250 mil, assim como o Fluminense. Esse dinheiro vai para a empresa dos dois que faz a gestão do Maracanã. Sai de uma conta e vai para outra.
Há o óbvio fator de o Maracanã ser um estádio maior do que a Neo Química, com contas mais caras. Mas uma questão é sua setorização. É preciso mais seguranças para isolar visitantes. Em São Paulo, não há torcida visitante em clássico, o que reduz muito esse custo.
O fator Rio de Janeiro se impõe ainda em perda de renda com a gratuidades, lei do estado. Nos jogos no estado, a Federação do Rio ainda leva 10% da bilheteria de jogos do Carioca, enquanto outras federações levam 5%. No Brasileiro, ambas levam 5%. Associações também como Fugap, Acerj e UEB também levam pequenas fatias.
Se esse custo não iria embora com o estádio próprio, a melhor setorização e segurança, sim, aumentariam a renda do Flamengo, na visão da diretoria. O estádio teria um setor de visitantes já definido, sem perder outros lugares, e que facilitasse segurança.
A principal ideia do projeto também é de um estádio maior do que o Maracanã, de até 100 mil pessoas, o que aumentaria setores para aumento de receita, inclusive com ingressos populares.
Outro fator é que a renda gerada do estádio seria só do Flamengo, como camarotes, bebidas, comidas e patrocínios, e não dividida com o Fluminense, como atualmente pelo consórcio.
Mais do que isso, a diretoria do Flamengo observa que não teria de ceder o estádio próprio como está previsto nas regras da cessão feita pelo governo do Estado. Isso preservaria gramado e o ganho esportivo.
Para tornar o estádio viável, no entanto, a diretoria entende que precisa de parceiros para não ter o custo da construção. Pois, se o clube se endividasse para fazer a arena, teria de se fazer um cálculo se de fato haveria um ganho financeiro em relação ao Maracanã.
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