Rodrigo Mattos

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Como é o projeto de SAF do Fortaleza sem vender controle do futebol

O Fortaleza vai ter a votação de seus sócios neste sábado para a aprovação da transformação do clube em SAF - já foi aprovado no Conselho Deliberativo. O objetivo é, no longo prazo, vender uma participação minoritária na empresa para aumentar o investimento no futebol. Mas não é algo imediato.

Quem explica a intenção do projeto é o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz. Ele pode continuar no clube como CEO após seu mandato, que acaba em 2024.

"Esta votação é apenas para virar SAF. Não está aprovando nenhuma venda. Se tiver uma proposta por venda, terá outra votação", explicou.

Segundo Paz, o clube decidiu se preparar porque há interessados em investimentos no Fortaleza. Além disso, há um entendimento de que a SAF é um modelo mais moderno de gestão.

"Interessados há tem muitos. Mas a gente não quer vender agora. É um modelo mais atual, tem mais acesso a crédito de mercado", disse ele "Não vamos vender ações nesse momento inicial. Não temos interesse de vender controle. As outras vamos ouvir. Se entender que é bom, vamos encaminhar ao Conselho."

A explicação de Paz para não querer vender ações agora é porque entende que haverá uma valorização no futuro. Isso porque, na sua visão, a possível implantação de uma liga e outras melhorias no futebol brasileiro devem tornar os clubes mais valiosos.

A SAF atual, se aprovada neste sábado, vai implicar na transferência de todos os ativos do clube-associativo para a empresa até o final do ano. Isso porque tem de haver uma transferência de contratos e direitos, o que, em geral, só pode ser feito na transição de temporadas.

A ideia seria uma SAF com um Conselho de Administração de cinco membros. Paz diz que, sim, aceitará um cargo como CEO se o Conselho entender que deve ser indicado.

Por que a necessidade de SAF? Paz conta que espera, juntamente com a valorização do futebol brasileiro, um aumento de custos para se manter na 1a divisão, fazer campanhas boas e participar de competições sul-americanas. Ou seja, o Fortaleza precisaria de mais dinheiro para fazer o mesmo de hoje.

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"Quero que o Fortaleza siga sendo um clube de Série A, jogando torneios internacionais. Com advento da SAF, a gente vê isso mais difícil. O Coritiba, último da Série A, tem uma folha altíssima. Pode ter dificuldade de se manter no futuro", disse Paz.

O dirigente contou que o Fortaleza não deve ter dificuldade para obter um acionista minoritário, o que é visto como bem difícil no mercado. Segundo ele, já houve ofertas nesse sentido.

"Posso garantir que o Fortaleza teve proposta para investimento minoritário. As pessoas acreditam na gestão do clube", completou.

Reportagem

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