Por que o Flamengo demorou tanto para demitir Sampaoli
O desgaste do técnico Jorge Sampaoli no comando do Flamengo vem desde o episódio da agressão ao atacante Pedro por seu auxiliar Pablo Fernandez, no jogo contra o Atlético-MG. O treinador resistiu no cargo à eliminação da Libertadores, a problemas de relacionamento com jogadores e às críticas após a escalações no Brasileiro e no primeiro jogo da final da Copa do Brasil.
Durante o período antes da decisão contra o São Paulo, a diretoria do Flamengo já debatia se era melhor a troca ou não do treinador. Isso ocorreu dentro do Conselhinho de Futebol, que serve de fórum para decisões sobre o caso.
Ali, Landim não ficou isolado como se pensa na decisão de manter o técnico - o próprio blog publicou que o Landim o segurava. Tanto Marcos Braz (vice de Futebol), quanto Bruno Spindel (diretor de Futebol) disseram em reuniões do Conselhinho que não era o momento de trocar em cima da decisão.
Não que os dois dirigentes gostassem do trabalho de Sampaoli, mas se manifestaram que a substituição naquele momento poderia ser mais prejudicial do que benéfica. Fora do Conselhinho, há uma versão no clube de que preferiam a saída do técnico. Certo é que Landim não foi voto único no grupo para estender a posição até a final.
Mas houve, sim, quem entendesse que a saída de Sampaoli seria melhor por conta do ambiente. Dentro da diretoria em geral, considerando membros fora do futebol, esse grupo era majoritário.
Depois da derrota na final, a decisão pela demissão do técnico se tornou unânime no Flamengo. Os dirigentes, no entanto, decidiram mantê-lo no cargo por mais uns dias por entenderem que isso é um vantagem na negociação com os possíveis substitutos.
A ideia é que, primeiro, é preciso se fazer contato com o possível substituto, neste caso Tite, para saber da real possibilidade de contratação. Além disso, na visão da cúpula rubro-negra, o clube se mostra menos necessitado de ter um treinador e pode negociar com uma vantagem.
Só que a corda esticou demais com Sampaoli dando treinos próximo do jogo contra o Bahia sem clima para digir o time. E ainda havia um técnico acertado pela diretoria, embora o primeiro contato já tivesse sido feito.
Na quinta-feira à noite, Braz e Spindel se reuniram com o técnico argentino em um hotel na Barra. Uma reunião de meia hora selou sua saída do clube.
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