Rodrigo Mattos

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Como final gerou disputa entre Flamengo e Conmebol por uso do Maracanã

A diretoria do Flamengo decidiu enfrentar a Conmebol para jogar no Maracanã uma semana antes da final da Libertadores, entre Fluminense e Boca Juniors, marcada para o dia 4 de novembro. Essa atitude gera uma discussão entre CBF e Conmebol sobre a realização da partida diante do Red Bull Bragantino no estádio. Uma decisão sobre o caso deve sair nesta quinta.

O impasse foi resultado de uma negociação que já dura pelo menos três meses em que o Flamengo tentava mudar a data do jogo.

A Conmebol decidiu por realizar a final no Maracanã em conversa com a diretoria da CBF. A partir daí, foi negociar com os gestores do estádio - Flamengo e Fluminense - sobre o tempo de cessão do estádio. No início, a entidade queria que o estádio ficasse fechado por um mês antes. Aceitou 20 dias e depois foi flexível por 13 dias.

Em paralelo, o Flamengo começou a negociar com a CBF uma alteração da data do seu jogo com o Red Bull Bragantino, marcado para o dia 28 ou 29 de novembro. Inicialmente, o departamento técnico da CBF informou que havia duas datas extras no calendário. Mas a Conmebol criou uma repescagem de vaga da Sul-Americana, a e confederação informou que não estavam mais disponíveis.

Depois, o Flamengo pediu para a CBF para marcar o jogo na mesma data da semifinal da Libertadores, entre Internacional e Fluminense, no caso no jogo no Beira-Rio. A confederação informou que isso não seria possível porque o Bragantino iria jogar três jogos com mando seguidos fora de sua casa.

Então, em um encontro presencial, o diretor técnico da CBF, Julio Avellar, informou Landim que o único jeito era tirar o jogo do Maracanã. O presidente rubro-negro contra-argumentou que, desta forma, o Flamengo seria obrigado a jogar quatro vezes longe do Maracanã, sem o seu mando de campo ideal.

No encontro, Landim envolveu por meio de telefone o governador do Rio, Cláudio Castro, que deu razão ao dirigente. O cartola rubro-negro também ligou para o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt.

Na conversa, ele lembrou o dirigente tricolor que havia um acordo entre os dois clubes de que cada um só perderia um jogo no Maracanã por conta da final da Libertadores. Esse acerto ocorreu antes de o Fluminense ser confirmado como finalista, e depois de o Flamengo já estar eliminado.

Na versão rubro-negra, Bittencourt não se opôs ao jogo do Bragantino no Maracanã. Agora, a posição do Fluminense, embora não se intrometa na disputa, é de pedir flexibilidade ao Flamengo e aceitar jogar fora do estádio.

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Depois de todos esses movimentos, a Conmebol informou que assumiria o estádio no dia 23 de outubro após o jogo entre Flamengo x Vasco. Landim deu uma entrevista ao GE dizendo que queria jogar contra o Red Bull. Ele entende ser o mando de campo essencial na disputa da vaga da Libertadores.

Depois disso, o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, mandou uma carta para o Flamengo falando em pendências para a final. Entre elas, estava o jogo do Bragantino. Em nenhum momento ameaçou retirar a final do Maracanã.

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, entrou no circuito e foi a sede da Conmebol negociar com a entidade alguns assuntos, entre eles esse jogo do Flamengo. A confederação referendou a posição do clube de jogar no Maracanã.

As discussões se iniciaram na quarta-feira, mas terão uma reunião decisiva nesta quinta-feira para definir o assunto. A palavra final, na realidade, é da CBF que é quem marca o jogo. As duas entidades tentam um acordo. O Flamengo ainda não decidiu o que fará se o seu pleito não for atendido.

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