Rodrigo Mattos

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Ao atropelar Palmeiras, Flamengo mostra o nível que pode atingir com Tite

As notícias sobre a morte do Flamengo em 2023 foram exageradas. A frase do escritor Mark Twain, um legítimo debochado, se encaixa perfeitamente na realidade rubro-negra após a vitória sobre o Palmeiras. É possível dizer que a melhor atuação no Brasileiro do time carioca provou que o time está, enfim, vivo na temporada.

Não se sabe se a essa altura será suficiente para uma arrancada para o Brasileiro. Há pelo menos quatro rivais, uma desvantagem de pontos e uma equipe ainda em consolidação.

Mas o atropelamento sobre o Palmeiras mostra o que o Flamengo pode ser nas mãos de Tite.

Desde sua chegada, o técnico simplificou determinadas táticas e movimentos. Agora, o time rubro-negro se defende em boa parte do tempo com quase todos os jogadores atrás da linha da bola. Se ainda há apagões, é mais difícil fazer gol no Flamengo.

Em paralelo, alguns jogadores ofensivos vão ressurgindo no modelo de jogo do treinador.

Diante do Palmeiras, Pedro marcou seu terceiro gol de bola rolando em três jogos. Antes disso, vivia uma seca só com tentos festejados em pênaltis. A jogada tem o dedo do treinador, Gerson sai da pressão da marcação palmeirense e acha Pulgar que dá uma passe milimétrico para a cavadinha do centroavante.

É nas pontas que Tite parece ter achado novos jogadores. Cebolinha, insípido com Sampaoli, voltou a ser um jogador de desequilíbrio pela esquerda. Seu domínio em longo lançamento de Rossi no segundo é um primor, assim como o cruzamento para Arrascaeta.

Do outro lado, na direita, Luiz Araújo consegue sua segunda boa partida seguida, tendo crescido tanto na recomposição quanto na capacidade de gerar jogadas cortando pelo meio. A armação com dois pontas, enfim, funciona no Flamengo após tentativas seguidas com Sampaoli. Atrás dele, Tite opta por um lateral mais armador, Matheuzinho, do que Wesley e sua força nas jogadas pelas laterais.

Fora os 15min iniciais, o domínio do Flamengo sobre o Palmeiras foi amplo no primeiro tempo. Um resultado também de o time alviverde ceder espaços na frente da sua defesa, já que Luan não acertava o movimento para cobrir a entrada da área.

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Após o intervalo, a vitória ganha um contorno definitivo com a expulsão de Gustavo Gomez. O gol que sela o resultado é uma nova construção coletiva. A bola sai do lado direito da defesa para abrir o contra-ataque puxado por Arrascaeta até chegar na extrema esquerda para Ayrton Lucas. Ele cruza de volta para a direita onde Gerson serve Pedro. O centroavante, de novo, recebe uma assistência, algo raro antes.

É provável que esse final de ano seja só um ensaio do Flamengo de Tite para 2024. Mas não dá para negar que o time abriu pelo menos a chance para o improvável título.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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