Má fase de Gabigol e Bruno Henrique deixa Flamengo carente de reservas
Não há dúvidas de Gabigol e Bruno Henrique são jogadores históricos do Flamengo, já no panteão de ídolos do clube. Dito isso, futebol é a realidade do campo, do rendimento atual. E, neste recorte, Gabigol e Bruno Henrique se tornaram jogadores que sequer são úteis como reservas do time rubro-negro.
Foi o que se viu no Fla-Flu que era decisivo para as pretensões da equipe da Gávea por um improvável título Brasileiro.
O primeiro tempo impecável do Flamengo, com direito a sufoco sobre o campeão da América Fluminense, foi mais um sinal de como o time pode produzir nas mãos de Tite. Foi como a partida do Palmeiras.
Para isso, é preciso ter jogadores competitivos e bem tecnicamente, escalados nas posições que o potencializam. Foi o que ocorreu com Cebolinha e Luiz Araújo. O Flamengo poderia ter saído com mais gols: fez um com Arrascaeta.
A reação tricolor passa pela inteligência de Fernando Diniz de mudar o jogo com três alterações, entre elas tirar Marlon e colocar André para jogar de zagueiro. Com mais gente na frente, mudou o jogo, melhorou sua saída de bola, avançou e botou o Flamengo nas cordas por uns 25min. Um movimento típico do Dinizismo. Empatou.
A vitória era essencial para a esquadra de Tite, não para de Diniz. O técnico rubro-negro demorou a agir sobre o domínio do rival. Trocou seus atacantes desgastados, tirando Luiz Araújo, Pedro e Cebolinha. Entrou em campo a dupla história BH e Gabigol.
O Flamengo tornou-se absolutamente improdutivo. Mesmo com só um zagueiro de ofício no Fluminense, nenhum dos dois atacantes soube explorar espaços na área. Gabigol mal tocava na bola, quando isso ocorria era longe do gol. Bruno Henrique não ganhava uma disputa, pelo alto ou por baixo. Samuel Xavier deve ter agradecido de enfrenta-lo em vez de Cebolinha.
Ao final, após fazer uma falta em Nino, Gabigol entrou em um empurra-empurra com o zagueiro tricolor. Foi Nino quem começou, botou a mão no pescoço do rubro-negro, a expulsão do centroavante é discutível. Mas a confusão só interessava ao Flu que matava o final do jogo, o Fla precisava ganhar, Gabigol parecia mais interessado em quizumba.
O futebol atual torna essencial a boa qualidade de reservas tal a intensidade do jogo. Sem considerarmos o histórico, jogadores como Ferrerinha, Roni, Luiz Guilherme, Vitinho, Matheus Gonçalves e Luiz Henrique são mais úteis a seus times quando entram do que as duas estrelas rubro-negras, e só me atenho aos que disputam o título.
O médico do Flamengo Márcio Tanure revelou que Gabigol tem um problema físico que será tratado ao final da temporada. Não se sabe até que ponto isso explica totalmente sua fase. Mas ele não produz nada pelo menos desde o meio do ano. Antes, no 1o semestre, sua temporada já era ruim. Passou de fraco a nulo.
Bruno Henrique teve sua última grande atuação contra o Botafogo, em 2 de setembro. Não joga nada há dois meses quando mais se falou de sua renovação. Após a recuperação de sua grave contusão, teve boas atuações e caiu. Dois meses de um jogador de ponta sem entregar nenhuma atuação sequer boa, e algumas constrangedoras como contra Grêmio e Santos. Não dá para deixar de notar.
Ao Flamengo, é preciso entender o que ocorre de fato com dois dos principais jogadores. Não se trata de condena-los e sim entender qual o tamanho do problema e se há solução. Qual o estado físico deles? Há questões táticas ou técnicas que interferem nas suas atuações? Podem ser recuperados? Como? Fechar os olhos e renovar contratos é condenar o clube a pagar caro por produção baixa.
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