Rodrigo Mattos

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Liga Forte faz proposta de união a Libra em negociação de TV do Brasileiro

Após uma reunião de clubes, a Liga Forte fez uma proposta aos clubes da Libra para união na negociação de TV do Brasileiro de 2025. Seria formado um blocão, como noticiado na coluna. A oferta ocorreu em meio a conversas avançadas da Libra com a Globo para venda dos direitos da Série A de 2025. Atualmente, os dois blocos negociam em separado.

A proposta da Liga Forte foi apresentada na semana passada em documento à Libra. As condições propostas repetem a fórmula de divisão de receitas da Liga Forte Futebol: não há garantia dos clubes de manter o valor atual a todos os clubes e há maior peso para a divisão igualitária em relação a índices de audiência.

Essa proposta, no entanto, não é de formação de uma liga, já que não há regras de governança, nem ideias de como assumir o Brasileiro. É uma união comercial de venda de direitos.

A novidade é que a proposta tem forte lobby do presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos. Ele tem defendido para os grandes clubes paulistas que eles ganhariam dinheiro com a união. A estimativa levantada por ele é de um ganho de mais de R$ 1 bilhão.

A FPF tem uma parceria comercial com a Live Mode, empresa que comercializa o Paulista e ao mesmo tempo representa a Liga Forte Futebol em negociações de direitos. Ele contou com apoio dos clubes da LFF em sua campanha a presidente da CBF. Dentro da Libra, há quem veja influência da guerra política da CBF na movimentação do dirigente da FPF. Interlocutores de Carneiro Bastos negam e dizem que ele só busca o melhor para os clubes.

Com sua intermediação, houve uma reunião de clubes da Libra e Liga Forte Futebol na última semana para conversar sobre possível união. A partir daí, a LFF apresentou a proposta com divisão de receita 45% (igualitária), 30% (posições no Brasileiro) e 25% (audiência). Não haveria garantia da manutenção do valor atual, o chamado mínimo garantido.

Do outro lado, os clubes da Libra já tem uma proposta concreta da Globo de R$ 1,3 bilhão, somada a uma divisão de receita do pay-per-view. A divisão da Libra é 40% (igualitária), 30% (posições no Brasileiro) e 30% (audiência). E há uma garantia de que os clubes receberiam pelo menos o valor do contrato atual, além de uma proposta com o Mubadala sobre receitas extras. Assim, Flamengo e Corinthans levam o peso de seus fixos de ppv, o que é bastante criticado por clubes da LFF.

Na visão de alguns membros da Libra, a proposta da Liga Forte retiraria dinheiro de pelo menos quatro clubes, Flamengo, Corinthians, Grêmio e Palmeiras. Isso porque são os clubes que têm valores garantidos maiores e geram maiores audiência.

Além disso, o argumento na Libra é de que a proposta da Globo é concreta por R$ 1,3 bilhão enquanto a estimativa da Liga Forte Futebol é uma projeção. Seria feita uma concorrência pelos direitos. A LFF fez uma proposta para a Globo de venda de seus direitos no valor de R$ 1,4 a 1,5 bilhão e não recebeu resposta.

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Desta forma, terá bastante peso a posição dos grandes clubes paulistas: se vão se manter na negociação da Libra com a Globo ou se vão ser convencidos por Carneiros Bastos de que vale a pena uma união com a Liga Forte Futebol.

As conversas entre os dois lados foram retomadas em dezembro por iniciativa do investidor na Liga Forte Futebol, Carlos Gamboa. Ele procurou o Mubadala e clubes da Libra para tentar um acordo. Desde então, há conversas pacíficas entre os lados. Na visão de membros da Libra, a LFF procurou um acordo a partir do momento que teve dificuldades de obter uma proposta atrativa por seus direitos. Mas a conversa só esquentou com a influência de Carneiro Bastos.

Reportagem

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