Rodrigo Mattos

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Botafogo pagará por Luiz Henrique valor igual a 75% da sua receita em 2022

O Botafogo fez a maior contratação da janela de transferências ao acordar pagar 20 milhões de euros (R$ 106,6 milhões) pelo ponta Luiz Henrique, do Real Bétis. Esse valor representa 75% da receita líquida da SAF alvinegra no ano de 2022 (R$ 141,7 milhões), segundo as últimas contas divulgadas.

Esse tipo de alavancagem se explica porque o investidor norte-americano John Textor faz negócios considerando seu grupo de clubes, o Eagle Football. Tanto que a transação inicialmente seria feita com o Lyon, outro time da holding, que será o futuro destino do atleta.

Desde que chegou ao Botafogo, Textor tem investido para formação do elenco independentemente da falta de receitas próprias do clube. Tanto que, para uma receita de R$ 141,7 milhões, ele utilizou um total de R$ 200 milhões só para a formação do elenco. Em 2022, o prejuízo da SAF foi de R$ 248 milhões.

A SAF alvinegra ainda não apresentou os números financeiros do ano passado, nem parciais. Certamente houve um aumento de receita, já que Textor vendeu 20% dos direitos de TV do Brasileiro para investidores, negociou placas e reviu patrocínios, além de vender jogadores como Jeffinho, Lucas Perri e Adryelson.

Ainda assim, a contratação de Luiz Henrique era difícil de viabilizar para qualquer clube brasileiro com recursos próprios, como demonstraram as desistências de Flamengo, Fluminense e Corinthians.

É importante ressaltar que Textor não está claro se a contratação de Luiz Henrique burlaria o Fair play da França. O órgão regulador francês chegou a impor restrições financeiras ao clube por falta de recursos no meio de 2023, mas isso foi revertido em dezembro.

O empresário norte-americano apresentou um novo plano financeiro - vendeu atletas e uma filial do Lyon - e foi aprovado um orçamento com possibilidade de investimento na janela de transferência. O Lyon estava autorizado a gastar até 50 milhões de euros com contratações na janela de inverno, segundo o jornal L'Equipe. Só que o clube já fez diversas contratações neste período, inclusive Adryelson e Lucas Perri, e não se sabe se somam 30 milhões de euros, o que seria suficiente para inviabilizar a chegada de Luiz Henrique.

De qualquer maneira, Luiz Henrique se torna a primeira grande contratação no Brasil viabilizada pela estrutura de MCO (Multi-club Ownership). E isso explica a alavancagem em relação às receitas do Botafogo.

Reportagem

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