Rodrigo Mattos

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ReportagemEsporte

Dívida bilionária do Corinthians gera divergência de diretoria e oposição

A diretoria do Corinthians tem dados de que a dívida alvinegra é maior do que se imaginava: o número pode atingir até R$ 2 bilhões, incluindo o estádio. Mas a gestão anterior vê essa informação como incorreta e entende que o valor varia entre R$ 1,4 bilhão e R$ 1,5 bilhão com o financiamento da Neo Química Arena.

Após assumir, o presidente Augusto Melo contratou uma auditoria para analisar todas as contas do clube, incluindo o que está no balanço e potenciais novos passivos.

O diretor financeiro do Corinthians, Rozallah Santoro, tem como dívida calculada R$ 950 milhões, mais a Arena. Ou seja, seriam R$ 1,650 bilhão. Mas ele ressalta que esse número é válido antes da auditoria do clube, isto é, pode ser mudado com o que for encontrado.

Pois bem, dados da auditoria em curso apontam que a dívida líquida pode saltar para até R$ 2 bilhões. Isso incluiria o débito declarado no balanço do clube, novos compromissos e contratos - como as dívidas com agentes - e o financiamento com a Caixa do estádio.

Ressalte-se que esse é um dado preliminar do levantamento. E o aumento expressivo também se explica porque o clube tem um ativo circulante mais baixo (dinheiro a ser recebido no curto prazo). Isso impacta no cálculo da dívida líquida. Explica-se: o débito líquido é o passivo total, menos o ativo circulante e outros recebíveis.

De qualquer maneira, a gestão de Duílio Monteiro Alves, presidente anterior, vê os números como incorretos. A avaliação é de que o balanço de 2023 vai mostrar uma dívida líquida entre R$ 700 milhões e R$ 850 milhões. Some-se a isso o valor de R$ 700 milhões devido à Caixa. Com isso, seria um débito entre R$ 1,4 bilhão e 1,5 bilhão.

A versão da diretoria anterior é de que houve redução da dívida durante a sua gestão. O último balancete disponível, referente a agosto de 2023, mostra um valor de dívida líquida R$ 892 milhões. Nos documentos financeiros do clube, aponta-se que houve que houve uma redução de quase R$ 60 milhões em valores absolutos. Considerada a inflação, a queda seria ainda maior R$ 267 milhões.

A realidade sobre os números serão conhecida quando houver divulgação da auditoria e do balanço definitivo do clube de 2023.

Certo é que o Corinthians vive uma situação de estrangulamento financeiro por problemas de caixa. Há um passivo circulante (dívida a ser paga a curto prazo) na faixa de R$ 600 milhões. O total a ser recebido pelo clube em um ano é menor, o que gera um buraco para ser coberto.

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Era um problema que já se arrastava há diversas gestões. A vantagem para o Corinthians é o crescimento da receita que fechará entre R$ 900 milhões e R$ 1 bilhão em 2023. Caberia ao clube apertar os cintos para pagar as contas. Mas o que se tem visto é um Corinthians gastador no mercado de transferências.

Reportagem

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