Rodrigo Mattos

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ReportagemEsporte

Períodos sem pagamento da Arena inflaram dívida do Corinthians com a Caixa

O Corinthians deve à Caixa Econômica pelo financiamento da Neo Química R$ 706 milhões na "ponta do lápis". É o que contou o diretor financeiro corintiano, Rozallah Santoro, no programa De Primeira Finanças, de sexta-feira. Ele garantiu que a quitação das parcelas é uma das prioridades da atual gestão.

Mais do que isso, ele explica como os períodos sem pagar o débito foram inflando a conta do clube com o banco. A ponto de, em 2024, o Corinthians ter a previsão de pagar R$ 75 milhões para a Caixa só referentes a juros da operação - serão parcelas trimestrais.

"Acho que o cuidado é com a narrativa (da gestão Duílio Monteiro Alves). A gente pega a narrativa que vinha sendo utilizada. Era a narrativa de que "Peguei o clube em uma situação difícil e não fiz a dívida crescer". A do clube, né? Por que a da Arena, de aproximadamente R$ 550 milhões há três anos atrás, saltou para R$ 700 mi. Nada foi pago em 2021. Nada tinha sido pago em 2020 por pandemia. Não estava pagando em 2019. Em 2021, a gente renegocia a dívida da Caixa. Aí tem 2022 de carência. Ou seja, continuamos não pagando nada. Quando a gente renegociou a dívida da Caixa, era de R$ 611 milhões. Esse ano de carência foi para 700", analisou o diretor.

O financiamento do BNDES para a construção da Neo Química Arena foi feito no âmbito da Copa do Mundo de 2014, já que o clube sediou o jogo de abertura. O dinheiro viabilizado foi de R$ 400 milhões, recebido e operado pela Odebrecht, construtora do estádio.

Na assinatura do documento, a previsão do pagamento era até 2028 quando o estádio estaria quitado. Na época, o então presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, era otimista e falava em oito anos.

O acordo atual com a Caixa prevê o pagamento até 2041, como mostrou o colega Ricardo Perrone. E cada vez que houve um adiamento aumentou a conta.

Há uma proposta de acordo feita pela diretoria do Corinthians anterior para a Caixa. Como explicado em matéria do UOL, o modelo seria usar títulos antigos de crédito com a Caixa e os naming rights do estádio.

Reportagem

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