Rodrigo Mattos

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ReportagemEsporte

Com vendas, Palmeiras acelerou contratações em 2023: R$ 149 milhões

É comum a crítica à diretoria do Palmeiras de não ser tão ousada no investimento em jogadores. O balanço do clube alviverde de 2023, no entanto, mostra que houve aceleração de gastos com contratações. Mas esse movimento ficou dentro dos limites permitidos pelas receitas e vendas feitas pela agremiação.

As contas palmeirenses mostram uma manutenção do quadro equilibrado entre receita e despesa, e um crescimento da arrecadação pouco acima da inflação.

A receita total palmeirense em 2023 foi de R$ 908,9 milhões, o que representa R$ 52,8 milhões de aumento em relação ao ano anterior. A despesa geral do clube atingiu R$ 847 milhões com crescimento praticamente no mesmo valor (R$ 50,3 milhões). Ou seja, o clube manteve-se no azul.

A única queda de receita maior foi do marketing palmeirense por conta de um contrato reduzido com a empresa Socios.

Dentro desse quadro, pode-se observar que a venda de jogadores do Palmeiras foi também parecida com a de 2022. Na temporada passada, foram R$ 187 milhões em negociações de atletas, enquanto, em 2022, foram R$ 173 milhões.

Aqui há uma explicação um pouco complexa para a negociação de Endrick. Só foi registrado como receita R$ 23 milhões pagos por metas atingidas por ele. A operação inteira de venda fixa - R$ 194 milhões - só entrará no balanço de 2024 quando ele se transfere ao Real.

Mas o clube informou que, sim, uma parte do dinheiro deste fixo já entrou já que o pagamento é parcelado. Outras parcelas ainda serão pagas. Esse detalhe contábil tem impacto na dívida líquida, que explicaremos mais à frente.

Dito isso, o Palmeiras registrou R$ 149,5 milhões milhões em aquisições de jogadores. Há ainda outros R$ 25,7 milhões de gastos com luvas de contratos, isto é, com o pagamento para jogadores que chegam ao renovam acordos. Somados os dois itens, foram R$ 175 milhões.

Trata-se de um valor só R$ 12 milhões abaixo do valor com vendas, então, o clube investiu a maior parte do que recebeu com negociações. O maior pagamento em aberto é de Aníbal Moreno: o Palmeiras tinha de pagar R$ 30 milhões ao Racing ao final de 2023.

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Em comparação a 2022, o Palmeiras tinha gasto R$ 104,6 milhões com aquisições de jogadores, e outros R$ 19 milhões em luvas. É correto dizer, portanto, que o clube foi mais ousado.

Não houve comprometimento para isso. O Palmeiras manteve um nível de endividamento saudável. Em termos de dívida líquida (passivo menos dinheiro a receber), o valor está em R$ 537 milhões. É superior aos R$ 450 milhões do ano passado. Mas representa 0,6 da receita anual, um índice sustentável.

Mas há uma ressalva: o impacto maior é por não registrar mais dinheiro a receber do Real por Endrick por questão contábil. E o clube informou que uma parte desse valor ainda vai entrar no caixa palmeirense.

O clube considera como critério dívida total (isto é, tudo que tem a pagar). Por esse parâmetro, o clube registra R$ 571 milhões, incluindo a dívida história e com a Crefisa. É um valor menor do que o de 2022.

Há um detalhe: o débito com a Crefisa caiu em cerca de R$ 40 milhões, só sobraram R$ 25 milhões. A questão é que, por acordo assinando antes da gestão Leila Pereira, a dívida da Crefisa deveria ser descontada nos bônus por títulos do contrato de patrocínio. Por isso, o débito caiu.

Mas, ao mesmo tempo, o clube teve de recorrer a empréstimos nos bancos Tricury e Itaú. Assim, o valor de empréstimos subiu para R$ 72,8 milhões, mais do que o dobro dos R$ 35 milhões de 2022.

Reportagem

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