Gabigol atinge auge da sua egotrip em episódio da camisa do Corinthians
O time vitorioso do Flamengo formado em 2019 transformou Gabigol no maior ídolo do clube de sua geração. Os gols decisivos e o carisma natural criaram uma relação com os rubro-negros. Havia ali uma simpatia mútua talvez porque a natural arrogância do atacante case com o peito inflado da torcida do Urubu.
Sejamos justos, ele entregou em campo um ótimo ou bom desempenho por quatro anos, uma média de gols impressionante, justificou o investimento do clube em sua aquisição, seu alto salário. E virou até ídolo de crianças de outros times.
Era sabido no ambiente rubro-negro que o status permitia a Gabigol comportamentos de superstar. Ignorava compromissos, subia no trio elétrico para apupar o técnico da seleção, arrumava confusões seguidas no campo que geravam suspensões pueris. Tudo sob o olhar condescendente de todos, dirigentes e torcedores, diga-se.
O seu rendimento caiu de forma drástica em campo a partir de 2023. Alegou uma contusão no final do ano, passou boa parte do ano na reserva.
Isso não o impediu de continuar a se comportar como estrela indomável. Foi em abril do ano passado que destratou fiscais do agência de antidopagem em um exame que deveria ser protocolar. Isso lhe rendeu 45 dias de suspensão em caso ainda aberto no tribunal internacional.
O rendimento baixo não o impediu também de requisitar luvas de R$ 50 milhões para uma renovação com o Flamengo - uma nova compra de direitos - além de manutenção de salários altos.
Ao final do ano, flertou com o Corinthians em entrevista a um podcast em atitude que cheirava a alfinetada por sua proposta de renovação não ter sido aceita. A torcida ficou brava, mas o perdoou. O perdão é algo a que Gabigol está acostumado.
Sem jogar nada há praticamente um ano e meio, era aplaudido e idolatrado pela torcida rubro-negra a cada entrada em campo em que pouco fazia. Seu principal papel no time era acompanhar o samba da torcida no final do jogo com empolgação. De volta do caso de "doping", foi aplaudido por funcionários.
Nesta semana, após um bom jogo rubro-negro em que não contribuiu em nada, veste uma camisa do Corinthians em sua casa sabe lá por que motivo. Jogadores profissionais têm contratos de direito de imagem, ele sabe bem disso já que a sua vale milhões ao ser explorada.
É fotografado e a imagem vaza, de propósito ou não, vai saber. Sua assessoria nega a autenticidade da foto em uma mentira deslavada. A indignação leva a diretoria rubro-negra a puni-lo com uma multa e a perda da camisa 10 do Flamengo, que lhe foi entregue como espécie de legado de Zico.
Diante da revolta da torcida, e depois de mentir, Gabigol solta uma mensagem sem pedir desculpas, apenas com frases clichês sobre exaltação de sua história no clube, jogar com qualquer camisa e amar o Flamengo. Demonstra não entender o sentimento de quem decepcionou.
Há algo em comum em todos os episódios polêmicos: o absoluto foco de Gabigol em si mesmo, uma egotrip. Para lembrar, a egotrip é quando alguém se perde em uma viagem no próprio ego. O atacante é tão auto-centrado que sequer compreende de forma clara o que se passa a sua volta.
É provável que Gabigol não seja perdoado pela arquibancada rubro-negra. Os aplausos devem virar vaias. A conferir no próximo jogo. Sua continuidade no clube está cada vez mais improvável. Há uma grande chance que seu ego seja alimentado por vozes diferentes no futuro.
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