Como custos e receitas da Copa feminina 2027 se comparam ao Mundial-2014
O Brasil ganhou na Fifa o direito de organizar a Copa do Mundo feminina em 2027. A candidatura da CBF prevê um custo e receita bem reduzidos em comparação com o Mundial masculino de 2014. Em princípio, não haverá investimento público na competição.
O dossiê de candidatura brasileiro indica que os dez estádios para a Copa feminina já estão prontos. São as arenas do Mundial-2014: Maracanã, Neo Química Arena, Mineirão, Beira-Rio, Mané Garrincha, Fonte Nova, Arena Pernambuco, Arena Amazônia, Arena Pantanal e Castelão.
Por isso, o custo previsto é com as instalações temporárias. A soma dos gastos é de US$ 13,3 milhões (R$ 67 milhões) para os 10 estádios.
Em comparação, para a Copa-2014, exigiu o investimento de R$ 578 milhões em instalações temporárias. Com a atualização pela inflação, o valor atinge R$ 1,01 bilhão. Ou seja, a Copa feminina representa apenas 7% do custo total do Mundial anterior.
Além disso, foi necessário construir e reformar os estádios. Na época, o custo total foi de R$ 8,4 bilhões para os 12 estádios — a Arena das Dunas e Ligga Arena ficaram de fora da Copa feminina.
O nível de receita das duas competições também é bem diferente. A Copa feminina tem uma previsão de receita de US$ 99,972 milhões (R$ 510 milhões). Os itens de arrecadação são bilheteria (R$ 293 milhões), hospitalidade (R$ 150 milhões) e o restante com patrocinadores locais.
Com a Copa-2014, a Fifa arrecadou R$ 18,6 bilhões, valor que inclui os direitos de TV. Ressalte-se que a entidade vende os pacotes de transmissões em conjunto para as duas competições.
Desta vez, para a Copa feminina 2027, também não há grandes projetos de infraestrutura envolvidos, nem dinheiro público. Mas essa previsão deve ser vista com cuidado porque o projeto inicial da CBF para a Copa-2014 também não previa investimento dos cofres públicos e nem em estádios. A União acabou pagando a maior parte da conta.
O dossiê de candidatura de 2027 explica:
"O financiamento para este evento vem de entidades privadas, assim estabelecendo o conceito de projeto autossustentável, no qual as receitas vão ser maiores ou pelo menos equivalentes aos custos necessários para organizar o evento."
Mais adiante, afirma: "Não há atualmente expectativa que nenhum investimento será feito pelos órgãos governamentais ou instituições públicas, seja municipal, do estado ou federal".
Há uma previsão de ajuste dos tamanhos dos estádios por causa da expetativa de público, isto é, esses podem ser reduzidos no caso de jogos com menor demanda. Isso será feito após o sorteio que definirá os jogos em cada arena.
Reportagem
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