Rodrigo Mattos

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ReportagemEsporte

Dívida com o Palmeiras influencia disputa entre BTG e WTorre por Allianz

O BTG comprou a dívida da WTorre de financiamento do Allianz Parque com um plano de tentar assumir o estádio. Trata-se de uma estratégia complexa já que a Wtorre está em dia com o pagamento ao banco e não tem intenção de repassar a arena. A dívida da construtora com o Palmeiras, no entanto, é um elemento de peso nesta disputa.

Para construir o Allianz Parque, a WTorre pegou um financiamento no Banco do Brasil. Essa dívida, no valor de R$ 650 milhões, foi comprada pelo BTG.

O plano final do banco é tentar assumir a gestão do Allianz Parque porque é um negócio rentável. O faturamento do estádio gira em torno de R$ 200 milhões depois da pandemia, segundo fontes ouvidas pelo blog. Isso excluída a bilheteria que é só do Palmeiras.

Até por este motivo a Wtorre não tem intenção de repassar o estádio. As atitudes tomadas pelo BTG são vistas como forma de pressionar a construtora a ceder mesmo em dia com as obrigações com o banco.

Mas há um entendimento dentro do BTG de que a dívida da Wtorre com o Palmeiras deixa a construtora em posição frágil. O clube cobra na Justiça cerca de R$ 160 milhões por causa da falta de repasses feitos pela Wtorre relacionada ao percentual de ganhos do estádio, shows, eventos, comida, bebida e camarote. Há uma disputa no tribunal de arbitragem sobre o valor.

A operação financeira do estádio é vista pelo BTG como mal estruturada já que não comporta o pagamento de todos os compromissos. Se a WTorre não quitar a dívida, o banco pode pressionar para pegar o negócio. Se a construtora se acertar com o clube, o mais provável é o banco aceitar só receber a dívida sem assumir a arena.

A WTorre voltou a pagar o Palmeiras há dois meses justamente quando começaram as negociações para compra da dívida do estádio.

Na versão da construtora, esses pagamentos ocorreram por uma melhora no relacionamento. A atitude do BTG é vista como uma tentativa de tomada hostil do negócio. Lembra-se dentro da construtora que a presidente do Palmeiras, Leila Peireira, não tentou uma tomada do estádio em meio à briga por ser uma operação complexa.

Na briga pelo Allianz, o Palmeiras não é um dos concorrentes, mas é uma peça fundamental no xadrez.

Reportagem

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