Rodrigo Mattos

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Como se desenha xadrez eleitoral que decidirá futuro da gestão do Flamengo

A definição do presidente Rodolfo Landim por seu candidato a sucessão - Rodrigo Dunshee de Abranches - intensificou o xadrez politico da eleição para o comando do Flamengo. Há a formação de duas ou três chapas concorrentes. E o debate mais quente entre postulantes é sobre o modelo de gestão e profissionalização do futebol, tema que vai se desenvolver no Conselho Deliberativo.

Primeiro, expliquemos qual o cenário de postulantes ao poder.

A oficialização do apoio de Landim a Dunshee se deu em jantar na terça-feira. O presidente rubro-negro, ao mesmo tempo, se posiciona como candidato a presidente do Conselho Deliberativo após seis anos à frente do executivo. Já há um projeto de governo pronto aprovado pelo grupo político. Foi supervisionado por Landim.

Luiz Eduardo Baptista, presidente do Conselho de Administração do Flamengo e aliado do grupo, não abre mão da sua candidatura então será um concorrente no pleito. Ele vai atrair uma parte da diretoria de Landim para seu lado - há pelo menos uns três ou quatro vices que o apoiam.

A oposição - liderada por Eduardo Bandeira de Mello - também sinaliza que lançará um candidato. Resta saber se o grupo se manterá todo unido, sendo o nome mais forte para concorrer Flávio Willleman. Uma corrente dentro do grupo defende uma aliança com Bap por temer a eleição de Dunshee. Mas é certo que Bandeira não aceita essa ideia por desavenças antigas.

Há ainda uma possibilidade mais remota de uma terceira via - Maurício Gomes de Mattos é pre-candidato, mas tem pouca força. Outro nome ainda pode surgir a depender das articulações e se correntes não se sentirem representadas por nenhum dos candidatos postos.

Como pontos nos debates, a questão mais profunda é sobre o modelo de gestão e a profissionalização do futebol. As diferentes correntes entendem que é necessário uma mudança profunda no estatuto do clube. É discutido como tornar o futebol gerido por contratados só com dirigentes remunerados.

Dunshee, Bap e a oposição já sinalizaram serem a favor da profissionalização. Mas o formato a ser proposto é uma discussão.

Com Dunshee, há uma possibilidade de Diogo Lemos virar vice-presidente de futebol, e Marcos Braz iria para outro cargo - isso repetiria o modelo atual de vice. Mas o próprio candidato diz que não há nada definido.

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Bap também defende o profissionalismo e é crítico da atual gestão do futebol. Não está claro o modelo proposto por ele. A oposição tentou aprovar projeto em que os dirigentes do futebol profissionais estivessem abaixo apenas de um Conselho Diretor, sem vice-presidente de futebol específico.

Para além disso, há um forte debate sobre a governança do clube. Há quem defenda um Conselho de Administração, sem vices específicos, o que levaria os dirigentes do futebol a se reportarem diretamente ao órgão. Esse modelo também serviria para submeter o poder do presidente ao crivo de seus pares. A concordância geral é de o estatuto ser arcaico e ser necessária uma reforma urgente.

É aí que Landim se torna peça bastante importante caso se eleja presidente do Conselho Deliberativo. Ele tocará esse processo. A outra possível mudança, que seria a SAF, hoje tem rejeição grande no clube, embora defendida por Landim. O dirigente entende que a venda de participação minoritária, sem perder o controle do futebol, poderia viabilizar o estádio do clube.

O projeto do estádio próprio, por sinal, é um ponto em que há consenso entre os candidatos. Tanto Dunshee, quanto Bap já disseram ser a favor. A questão a ser discutida é o modelo de financiamento para um projeto que pode chegar a R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões de custo.

De novo, o Conselho Deliberativo terá papel fundamental em determinar o modelo a ser escolhido. Assim, a complexa eleição para presidente do Flamengo ainda tem o elemento extra de ter um segundo pleito quase tão importante, com um candidato forte como Landim.

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