Rodrigo Mattos

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ReportagemEsporte

Como são os bastidores das críticas de Tite e Abel à tabela da CBF

Após vitórias na quinta-feira, os técnicos Tite, do Flamengo, e Abel Ferreira, do Palmeiras, fizeram críticas ao intervalo curto de descanso dos jogadores na tabela do Brasileiro. O rubro-negro foi mais contundente ao pedir cuidado para a diretoria da confederação.

No caso rubro-negro, a reclamação é por conta de dois jogos nas quinta-feiras à noite seguidos de partidas no domingo às 16 horas. Com isso, os intervalos são de apenas 66 horas.

Essas partidas foram marcadas nas quinta-feiras por pedido da Globo. Toda a tabela é montada levando em conta alguns fatores: respeitar o tempo de 66 horas, evitar dois jogos de rivais no mesmo dia por segurança, atender a emissora.

A Globo quer espalhar partidas por quarta e quinta para transmissão. Por isso, é impossível colocar jogos na quarta e domingo sempre.

Para além disso, o calendário é atravancado por conta de excesso de jogos, causados, no final da linha, por 16 datas reservadas para os Estaduais.

O Flamengo não fez pedido de alteração dessas partidas das últimas quatro rodadas quando recebeu a tabela. Mas, no clube, a argumentação é de que já foram feitos outros pedidos à CBF, todos rejeitados.

Foi mandado um ofício para retirar jogos do Brasileiro durante a Copa América (junto com outros 12 clubes), depois pedido para tirar duas partidas só do período da competição de seleções e não marcar o clássico com Botafogo às 11 horas. Nunca foi atendido em nenhuma demanda.

Por isso, o Flamengo desistiu de fazer requisições para a CBF por entender que não haveria retorno da demanda. A diretoria rubro-negra entende que deveria haver um atenção com o desgaste do Flamengo por já ter perdido cinco titulares para a Copa América.

No caso do Palmeiras, Abel Ferreira disse que "faz muita diferença ter dois ou três dias de descanso. O que vou lutar sempre é que a CBF, juntamente com as pessoas que programam o calendário, é que para todas as equipes possa existir pelo menos três dias de intervalo a cada jogo".

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O intervalo mínimo de três dias para todos os jogos é impossível no atual cronograma de jogos, justamente porque há o excesso de partidas do Estadual. Aliado a isso, a Globo pede que as partidas sejam distribuídas pela semana para ter jogos na maior parte dos dias.

A CBF tem recebido poucos pedidos de mudança de jogos.

Tanto as críticas feitas por Tite quanto por Abel, assim como os desfalques da Copa América, têm apenas uma solução óbvia. Reduzir os Estaduais para liberar datas.

Ressalte-se que Tite foi técnico da seleção brasileira durante seis anos, e portanto funcionário da CBF. Em nenhum desses anos ele trabalhou internamente para ajudar a resolver a questão do calendário.

Reportagem

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