Prefeitura desapropria terreno para estádio do Flamengo. Entenda a operação
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, decretou a desapropriação do terreno do Gasômetro, no centro do Rio, com o objetivo de ser revendido ao Flamengo para construção do estádio. A decisão foi publicada nesta manhã no Diário Oficial do Município.
O imóvel irá a leilão para ser comprado por qualquer um, teoricamente. Mas haverá indicações de uso específico no edital como a obrigação de construção de equipamentos, no caso o estádio, o que tornará desinteressante para terceiros. Assim, o Flamengo se torna candidato único à aquisição da área.
O decreto desapropriou o terreno que pertencia a um fundo imobiliário administrado pela Caixa Econômica Federal, em frente à Rodoviária do Rio de Janeiro. São em torno de 90 mil metros quadrados, com um dos endereços na avenida São Cristóvão. A negociação entre Flamengo e Caixa não chegou a um acordo financeiro, o que levou à medida de Paes.
Em sua justificativa, no decreto, a Prefeitura do Rio afirmou que os terrenos estavam ociosos sem atividade pública ou privada. E a medida vai atender a fins de renovação urbana. O estádio, no caso, entrará no plano da prefeitura para a revitalização da área.
O estádio próprio era um projeto do atual presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, que queria deixar a compra do terreno encaminhada no seu último ano de mandato.
A desapropriação ocorreu por hasta pública. O que significa? O imóvel irá a leilão para compra de qualquer um. O decreto detalha que o edital de licitação estabelecerá as condições do leilão, e as medidas "necessárias à renovação". Entre elas, há a possiblidade de "implementação de equipamentos específicos".
Na prática, o edital vai determinar que tem de ser construído um estádio no local, além de outras características. Com isso, o Flamengo se torna o único interessado. O preço do terreno não está especificado no decreto.
Mas, pelo valor da desapropriação do terreno ao lado, do Terminal Gentileza, esse montante deve ficar entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões. É um total menor do que a Caixa queria e até do que o Flamengo estava disposto a pagar.
O clube conta com dinheiro em caixa e ainda com valores a receber da futura venda de apartamentos em um prédio no bairro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro. Essa operação vai render mais de R$ 100 milhões.
Ainda há passos para a compra do terreno. A marcação de uma data para o leilão e a aprovação dentro do Flamengo, pelo Conselho Deliberativo, desta aquisição da área. Mas dificilmente haverá barreiras nesses procedimentos.
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