Guerra de ligas tornará tabela do Brasileiro mais complicada para 2025
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As últimas semanas foram tomadas por uma discussão relacionada à tabela do Brasileiro e o tempo de descanso para os times. Houve um embate entre a CBF e o Flamengo, com críticas do clube e nota oficial da entidade. O técnico Abel Ferreira também tem reclamado do cronograma das partidas.
Pois bem, para 2025, o Brasileiro terá um cenário ainda mais complicado para a tabela. E a explicação para isso é a guerra de ligas que vai fragmentar as transmissões da Série A.
A Libra, atualmente com oito times na primeira divisão, já fechou um contrato com a Globo para transmissão de suas partidas. Os jogos serão exibidos na TV aberta ou no Sportv. Na Série, estão Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Red Bull Bragantino, Atlético-MG, Grêmio, Vitória e Bahia.
A Liga Forte União acabou de fechar acordo com o Corinthians. Com isso, tem atualmente 12 clubes na Série A. Na Série A, são Inter, Fluminense, Athletico-PR, Corinthians, Cruzeiro, Vasco, Botafogo, Atlético-GO, Fortaleza, Cuiabá, Juventude e Criciúma.
Seu processo de venda dos direitos está em curso com negociações com diversos players.
O grupo criou três pacotes de jogos, que podem ser adquiridos por diferentes plataformas. A Globo é candidata a comprar um desses conjuntos de partidas, mas é muito improvável que fique com todos os direitos. Há uma trava no contrato com a Libra que impede a emissora de oferecer mais do que os R$ 1,3 bilhão do seu acordo.
Até por isso a Liga Forte tem priorizado a fragmentação dos jogos. Não se descarta ter até mais do que três plataformas compradoras dos direitos se isso gerar maior receita. O objetivo é obter entre R$ 1,5 bilhão e R$ 1,7 bilhão.
E como isso afeta a tabela? Os pedidos da Globo à CBF são o principal fator de construção do cronograma do Brasileiro. São espalhados jogos para atender a grade da emissora. No limite, a emissora quer jogos com até 66 horas de intervalo desde que atendam seus objetivos comerciais. A CBF tem que barrar alguns pedidos para estabelecer um descanso maior aos clubes.
Com a fragmentação dos direitos, haverá um maior número de veículos com pedidos para a CBF para marcação de seus jogos de acordo com seus objetivos comerciais. A confederação, na prática, não participa dos contratos e não tem compromisso com isso, mas haverá requisições. Isso tornará mais complexo encaixar jogos ao mesmo tempo em que se mantém o descanso de jogadores.
O cenário já é visto na Série B, onde há seis plataformas com direitos de exibição do Brasileiro. Há um quadro complexo para casar interesses comerciais e técnicos da competição, que, em ultima instância, é o que a CBF tem que priorizar.
A mera distribuição de jogos por mais plataformas não é um problema, a Libertadores tem vários veículos que compraram seus direitos. A questão é que, como não há uma liga, a venda não é centralizada. Ou seja, os horários e dias de jogos não foram definidos antes e terão de ser acertados no varejo. Trata-se de um diagrama bem complicado.
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